4.6.16

nada

não foi nada. um esbarrão na rua. e as coisas parece que são alguma coisa vez em quando. que poderiam ter sido. mas não foram. o momento não é de nada ser. é dessas incertezas. mentira. a vida tem me dado certezas. uma delas é de que eu sou sozinha. não sozinha triste. não sozinha maluca. sozinha. eu curto me trancar e não abrir a boca. não sair de casa. deitar no sofá e ficar ali. eu curto um bando de coisa que não dá pra fazer se eu desistir de ser sozinha. e não quero abrir mão disso. não agora. não quero colocar em causa. discutir. conversar. ceder. quero essa zona que tá aqui em volta e aqui dentro.
mas o esbarrão. a mão doendo. o olhar. me fizeram ficar assim. feito alguém que quer ceder essa zona e abrir espaço. e não foi nada e não será nada. mas eu lembrei por um momento que tem um lado que acha bom. o par. as horas. o encanto. que sabe que não tem nada demais isso. que o prazer é bom. eu tô aqui enrolada. pensando em mil coisas. e de repente essa lembrança de que pode ter o encanto. desestabiliza tudo. e o chão volta a sair um pouco de debaixo dos pés da gente. como que a gente faz?

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