17.6.16

jeito

daí eu fui no gato curioso lá. e no gato curioso me perguntaram se o brasil tem jeito. e eu não quis responder pra não ser grossa. e insistiram. falando em república de bananas e tals. e eu respondi e enfim. me alongando.

eu não sei o que é ter jeito. porque o ter jeito implica em que precisa ser dado um jeito. que está errado do jeito que está. eu não acho que está errado. não errado como quem me perguntou qual o jeito. eu acho que o brasil é um país que foi colônia e que vive, ainda hoje, da violência e da necropolítica resultantes de não sair do ciclo de violência imposto pela metrópole. pera. me explico. eu li fanon e ainda não me recuperei. eu li mbembe. eu li um bando de coisa. e eu vejo as coisas pelos olhos de quem eu li. porque eu faço isso vez em quando. e o tal ciclo de violência. ele pode ser quebrado quando a gente cria algo novo, que não é o mesmo que a colônia era.

o brasil ainda é a colônia. como o são angola, moçambique, nigéria, colômbia, argentina... somos todos a perpetuação dos esquemas. a continuação do trauma da violência. temos todos a capacidade de criar algo novo, não ocidental, miscigenado não mais como a metrópole quis que fosse. eu acredito nessa capacidade de elaborar que a cultura pode nos dar. não sei economicamente. não analiso economicamente, porque não sei. o que posso falar é no que acredito. culturalmente. porque a cultura não ocidental a gente tem. falta é acreditar nela de verdade.

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