28.9.07

ganhei uma bicicleta. o que teoricamente resolve o velho dilema. mas agora, será que caso ou que compro outra bicicleta? e em comprando outra bicicleta, o que faço com ela? e casando? o que faço com isso? quando a gente segue assim, escolhendo detalhe após detalhe, tudo parece tão difícil. que eu só queria era poder ser criança de novo. e calçar a luva e por o anel. e ficar lendo no fundo do quarto. com uma placa de não perturbe na porta.
eu ia falar do pps. e do nariz de palhaço. mas, sinceramente, precisa falar alguma coisa?
sempre tive pavor de sentir dor. pavor assim de ficar travada ante a mera possibilidade. sempre fui do tipo que pede anestesia pra furar orelha. que tem medo de subir na bicicleta porque vai que eu caio da bicicleta? daí, dói. dizem que eu era uma criança que não pulava. por medo de cair. cair sempre foi assim um medo maior do mundo. engraçado como, com o tempo eu fui perdendo os medos. descobrindo que eu preciso pular de vez em quando. e que não tem anestesia pra algumas coisas. e pra outras, veja bem, eu sou alérgica a alguns anestésicos. porque claro que o corpo da gente prega peças nos nossos medos. então, quando precisei tomar morfina, passei mal com ela. quando preciso passar xilocaína, a pele quase cai de tão irritada que fica, e, claro, a dor aumenta. a descoberta que fica é que dor não mata. é que ela também não ajuda a crescer. mas faz assim parte da vida. e então eu pude voltar a subir na bicicleta. e pular. porque o pior que pode acontecer é sentir alguma dor, não?

21.9.07

costurar. agulha entra e sai do tecido e algo se forma. ando apaixonada pela idéia. a criação. fazer algo novo. do nada. ou do quase nada. me atrai. como as palavras, brinca-se com os elementos. e algo pode surgir, não?

19.9.07

o cansaço toma conta da gente. o corpo moído. uma tristeza de se saber com vontade de mais o que fazer, mas sem as forças necessárias. o corpo não aguenta. e é triste saber que o corpo nem sempre aguenta a cabeça. são entidades separadas, aparentemente. e nem deveria. ou sei lá. sempre me deram broncas por isso. negligenciar o corpo. esquecer dele. e ele se faz lembrado com violência. então tento. lembrar dele. tomar conta. de mim. o que parece mais difícil.

18.9.07

ando cheia dos sonhos de consumo. dia desses enlouqueço e me dou tudo. no cartão. e fico com dívidas para o ano. ixpetáculo.
sol e frio. sair de casa com sorriso no rosto pelo tempo. possibilidade de usar qualquer roupa. de ser qualquer coisa. dias de sol sem calor são dias com possibilidades demais. de lagartear ao sol na hora de almoço. de por casacos e olhar pela janela com um sorriso no trabalho. sol no rio de janeiro faz o dia bonito. deixa aluz diferente. dias de fim de inverno. bonitos, os dias. ainda acho que chover não seria mal, dizem que falta pouco pra começar um racionamento. mas o sol...