explica-se... na família, muito morena, nasce a loirinha aqui. meu avô olha, olha... e solta essa, nasci branca por cruza, algo deveria explicar...
aqui apenas os fatos são inventados
o essencial da arte é exprimir;
o que se exprime não interessa
fernando pessoa
26.6.06
21.6.06
lacan sustenta que não existe a mulher, é ser construído socialmente ou qualquer coisa assim (na realidade nem sei direito o que diz exatamente). eu sustento que a única razão de afirmar isso é o fato de nunca, nunquinha esse moço ter menstruado. só pode ser. uma vez que tivesse sentido isso tudo que nós outras sentimos e ele tinha chegado à conclusão óbvia: existe a mulher. fisicamente falando, objetivamente falando. existe mal estar físico relacionado ao sexo. e não há nisso simplificação ou preconceito. ou nada de psicologismos. ser mulher é algo físico. é sentir dor, é ter enxaquecas. saber que hoje simplesmente é melhor ficar em casa. porque tudo está meio enevoado. mas que amanhã isso passa. e podemos voltar ao normal. eu gosto disso. de saber que tem vezes que só o que preciso é me dar um tempo, que eu sou assim muito, mas muito cheia de falhas...
20.6.06
13.6.06
3 mulheres assisttindo a copa. uma delas minha mãe, é verdade. mas o comentário era o mesmo: as pernas dos jogadores. os braços dos jogadores. os peitorais dos jogadores. tipo da discussão mulherzinha. daí eu falei que o robinho é fofo. punha na estante, feliz. um gênero meio bicho de pelúcia. c falou que concordava. minha mãe fala em boneco de chocolate. eu falo do dida. que me deixa nervosa, confesso. fora minha mãe falar que não entende meu gosto por homem (tem a ver com quem eu saio e suas diferenças físicas em relação ao dida). c fala que dida era bom boneco de chocolate. que ela começava lambendo pelos dedos (lambendo, percebam. ate o boneco derreter na boca, disse ela). fica assim. kaka, dida, robinho... e caiu por terra aquela coisa toda de que a seleção só tem homem feio. achamos um pra cada... mas nem era isso o assunto. ô jogo travado, hein? eu berrei pra burro xingando o ronaldo. outro que, sem a tal da cabeça, virava boneco de chocolate fácil. porque agora virou isso. e na frente da minha mãe. mas jogador de futebol bonito agora é da minha coleção de boneco de chocolate. adoro a cor. muito melhor que o filhinho do pai croata. que nem é de se jogar fora. mas nada tão chocolate...
8.6.06
7.6.06
2.6.06
funciona assim (me sinto revelando um segredo gravíssimo, mas é como se não pudesse não revelar...): a gente cria um blog. que não é nada além de um lugar pra escrever. e um dia descobre que precisa censurar partes do que escreve. e um dia descobre que pode não escrever tudo. e vai polindo tudo. e isso daqui de repente não é mais meu querido diário, mas é um espaço onde se escreve coisas. sobre o tudo ou sobre o nada. e onde se solta uma persona que já não é mais a gente. mas que virou sozinha alguém. então, a gente começa a ficar com medo de se expor de novo. porque a tal persona tem pernas. e sai falando coisas. é quase como um ser separado. e então eu percebo que queria mesmo era conseguir escrever mais...
João e Maria
Sivuca - Chico Buarque/1977
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
Sivuca - Chico Buarque/1977
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
1.6.06
fazer sentido é pros outros (coisa que, aliás, exijo, infelizmente). eu vou seguindo, sempre a me desconstruir (não, sem reconstrução. a reconstrução é por acaso, a desconstrução é de propósito), sempre sem fazer sentido... e cada dia mais assim inteira fazendo isso. me dividir me deixa mais completa.
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