explica-se... na família, muito morena, nasce a loirinha aqui. meu avô olha, olha... e solta essa, nasci branca por cruza, algo deveria explicar...
aqui apenas os fatos são inventados
o essencial da arte é exprimir;
o que se exprime não interessa
fernando pessoa
27.9.06
tem mais a falar de manchetes. o tal do ubiratan. que tinha orgulho de ter matado 111 pessoas. morreu. nenhuma novidade nisso. mas eu nem falei que eu fiquei até feliz com isso, sabe? por mais culpada que isso tenha me feito ficar. porque é um idiota a menos na política. o cara era um assassino. e feliz com isso. orgulhoso. tá certo que o cara que mandou ele matar ainda tá nas cabeças. assistente do alckmim em segurança. isso mesmo. pra quem não sabe, o alckmim anda por aí assessorado pelo povo do massacre do carandiru. porque, como o estadão diz, preto, pobre e nordestino é tudo pra ser arrastado na lama em que eles vivem. deve ser isso.
eu ia falar dos últimos acontecimentos em política. mas daí, li o que meu irmão falou aqui. e é muito perto do que eu ia falar. então, leiam por lá, tá divertido... o que acontece que me deu muita raiva mesmo foi a tal matéria do estadão (falando que preto e pobre não sabem votar, basicamente). e o marco aurélio de mello. primo do collor, claro, que quer que achem um grampo de qualquer jeito. mais um pouco e pra deixar ele feliz eu mando um meu de cabelo pelo correio pra ele. daí ele vai ter um grampo. taí, boa campanha essa: "mande um grampo para o juiz" vamos fazer um juiz feliz, dando a ele quantos grampos ele puder ter em mãos!
26.9.06
25.9.06
sábado eu tinha desistido da feira. saí mais cedo para comprar pastel e nem um pandeiro se apresentava. voltei pra casa e esqueci disso. fui arrumar quarto, ler, essas coisas... saio de casa pra comprar cigarros e encontro o chorinho ainda acontecendo. tarde já. e o senhor tocava bandolim tão bonito. e a flauta acompanhando era tão bonito. e meu sábado melancólico foi ficando mais feliz...
dias nublados me deixam melancólica. vontade de tomar chá e ficar debaixo de cobertas. fazendo nada. olhando a chuva. ontem, deitada no chão do apartamento, olhava pela varanda e via as nuvens passando pelo morro. a água caindo nas árvores. os pássaros saindo do ninho (essa eu não entendi, de repente era mais quente no ninho, sei lá, sempre acho estranho o fato de eles voarem na chuva). era uma paisagem tão bonita. meio bucólica para a cidade, mas tão bonita. eu ficaria ali durante dias. juro. a cabeça ia voando junto com os beija-flores. e as horas iam passando. e de repente acho quqe eu nem sabia mais falar.
21.9.06
lembrar de sempre pensar. de nunca pensar. de tentar ser fiel ao que eu quero. de não fazer brigas desnecessárias. e não fugir nunca das necessárias. ser feliz não é coisa fácil. mas também não precisa virar um bicho de sete cabeças. lembrar de tentar voar vez em quando. mas não ficar desiludida quando não sair do chão...
19.9.06
os dias passam muito rápido. o ano chega ao fim e eu não consigo perceber como ele começou. mais um pouco e saio dos meus queridos 30 anos pros 31 (exagero, eu sei. mas faltam 4 meses, menos da metade) e daí? daí que na verdade faz muita diferença, não. como não fez dos 29 pros 30. continuam achando que eu pareço 20. de repente minto a idade, já que o povo engole assim tão fácil. minto a idade e posso ter toda uma nova vida de 20 anos. posso ser boba e meio irresponsável por mais 10 anos. ou 5, vai. mas sei lá. a idéia foi quase irresistível...
13.9.06
conheci cidades pequenas. pra uma urbanóide nascida e criada em cidade grande, foi uma experiência esquisita. interessante, pode-se dizer. as pessoas se encontram. o tempo existe. nada acontece. muito estranho, como eu disse. na cidade grande, tudo acontece. o tempo não existe. as pessoas? o que eu faria aqui se encontrasse as pessoas assim todo o tempo? eu estaria na rua. adoro rua. aliás, disso eu senti falta. da rua. tudo é na rua, mas é uma rua assim... meio lenta, sabe? o tempo, o tal do tempo. nada é. tudo vai ocorrendo, sei lá. foi pouco tempo, também. era interior, também. e eu senti falta da falta que o tempo faz.
dias de feriado em trânsito. conhecendo tanta coisa nova que me vejo sem ter por onde começar. tanta coisa nova saindo de mim depois. tanto sentimento. um borbotão de coisas passa pela minha cabeça. e tudo sai sem sentido. e tudo sai, simplesmente. acho que é até bom sair vez em quando. mas anda sendo meio sem sentido tudo. porque é muita coisa ao mesmo tempo, e tudo se sobrepõe e tudo fica assim...
4.9.06
eu ando pensando o que falar de política. e me vem pouca à mente. na verdade, me vem que eu vou votar no lula. pensei em votar na hh em algum momento. mas eu desito dela muito rápido. apesar de entender o povo que fala que ela que é a esquerda. ela é moralista. moralista no sentido de ser contra o aborto. e sejamos claros. nenhuma pessoa torce por um aborto. é violência. é grave. mas ninguém tem o direito de influenciar a escolha de uma pessoa. isso é pessoal. só uma pessoa pode decidir se faz ou não, se precisa ou não fazer. o estado pode ajudar indivíduos, pode dizer oq ue eles fazem em relação aos outros, não em relação ao próprio corpo (mesmo tatuagem pra jovens ser proibido acho intervenção. legal que se tenha normas de higiene. mas no meu corpo, na minha casa, eu me viro). sei lá, posição muito forte a minha. pra mim, da mesma forma que existem normas pra se fazer a tatuagem, deviam existir normas pra fazer aborto. e o estado deveria garantir que fosse feito em segurança. pra mim é ponto pacífico. veja bem, eu mesma acho que não faria um aborto. talvez aos 20 anos. hoje em dia, nunca (coisa boba, se dizer nunca). mas pra mim é isso. é moralista me dizer oq ue eu posso fazer com meu corpo. não aceito. e, em não aceitando, o voto nela foi riscado. sobrou a outra opção (não a segunda, veja bem, a outra).
eu ando meio sem ímpetos de fazer campanha. mas de repente tá na hora de começar.
eu voto lula
eu voto vladimir
eu voto jandira
não tenho candidato fechado pra federal (meu último voto, o gabeira, cada dia me decepciona mais)
e devo votar no minc pra estadual, meio que por hábito mesmo
dito isso, inauguro meu tempo de fazer campanha pelos meus.
eu ando meio sem ímpetos de fazer campanha. mas de repente tá na hora de começar.
eu voto lula
eu voto vladimir
eu voto jandira
não tenho candidato fechado pra federal (meu último voto, o gabeira, cada dia me decepciona mais)
e devo votar no minc pra estadual, meio que por hábito mesmo
dito isso, inauguro meu tempo de fazer campanha pelos meus.
31.8.06
Dia oficial do blog
Soube só agora que hoje é dia do blog. vai meio atrasado, mas já que pedem, mando 5 blogs de minha preferência (a lista ao lado também conta, não se enganem)... na verdade leio outro tanto. mas acho que posso dizer que esses são os vícios...
1. http://sambadoaviao.blogspot.com/
2. http://srta.elis.zip.net
3. http://setaparacima.blogger.com.br
4. http://bocozices.blogspot.com
5. http://nycg.mondo-exotica.net
Soube só agora que hoje é dia do blog. vai meio atrasado, mas já que pedem, mando 5 blogs de minha preferência (a lista ao lado também conta, não se enganem)... na verdade leio outro tanto. mas acho que posso dizer que esses são os vícios...
1. http://sambadoaviao.blogspot.com/
2. http://srta.elis.zip.net
3. http://setaparacima.blogger.com.br
4. http://bocozices.blogspot.com
5. http://nycg.mondo-exotica.net
29.8.06
O que tinha que ser
Vinícius e Tom Jobim
Porque foste na vida à última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu sem eu saber sequer
Porque és o meu homem e eu tua mulher
Porque tu me chegaste sem me dizer que vinha
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh’alma como um amanhecer
Porque foste o que tinha que ser
Vinícius e Tom Jobim
Porque foste na vida à última esperança
Encontrar-te me fez criança
Porque já eras meu sem eu saber sequer
Porque és o meu homem e eu tua mulher
Porque tu me chegaste sem me dizer que vinha
E tuas mãos foram minhas com calma
Porque foste em minh’alma como um amanhecer
Porque foste o que tinha que ser
Da maior importância
Caetano Veloso
Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pôde mais
Gostar de mim direito
Teria sido na praia, medo
Vai ser um erro, uma palavra
A palavra errada
Nada, nada
Basta quase nada
E eu já quase não gosto
E já nem gosto do modo que de repente
Você foi olhada por nós
Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo quando não havia
Signo nenhum
Escorpião, sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples
Difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer
Pra você e pra mim
Entre nós
E você jogando fora, agora
Vá embora, vá!
Há de haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc. e tal
E assim como existe disco voador
E o escuro do futuro
Pode haver o que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor
Mas você não teve pique e agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Você não teve pique
E agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Mas você
Não teve pique
E agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Caetano Veloso
Foi um pequeno momento, um jeito
Uma coisa assim
Era um movimento que aí você não pôde mais
Gostar de mim direito
Teria sido na praia, medo
Vai ser um erro, uma palavra
A palavra errada
Nada, nada
Basta quase nada
E eu já quase não gosto
E já nem gosto do modo que de repente
Você foi olhada por nós
Porque eu sou tímido e teve um negócio
De você perguntar o meu signo quando não havia
Signo nenhum
Escorpião, sagitário, não sei que lá
Ficou um papo de otário, um papo
Ia sendo bom
É tão difícil, tão simples
Difícil, tão fácil
De repente ser uma coisa tão grande
Da maior importância
Deve haver uma transa qualquer
Pra você e pra mim
Entre nós
E você jogando fora, agora
Vá embora, vá!
Há de haver um jeito qualquer, uma hora!
Há sempre um homem
Para uma mulher
Há dez mulheres para cada um
Uma mulher é sempre uma mulher etc. e tal
E assim como existe disco voador
E o escuro do futuro
Pode haver o que está dependendo
De um pequeno momento puro de amor
Mas você não teve pique e agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Você não teve pique
E agora não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
Mas você
Não teve pique
E agora
Não sou eu quem vai
Lhe dizer que fique
28.8.06
encontrei o irmão de y na feira sábado. v acha que fiquei sem jeito de falar com ele pq já tivemos algo no passado. nem é. porque nem foi nada além daquilo que foi mesmo. mas fico sem jeito porque y foi pra israel. e a família é muito sionista. e hoje em dia eu não consigo mais defender israel. sempre consegui. mas ando triste de não me ver mais em posição de poder defender uma nação que tem se comportado de uma forma assim tão absurdamente predatória. ando meio mexida nisso...
ando procurando candidato a deputado. alguém me falou que o pc do b pode não passar na cláusula de barreira. acho que voto neles de repente. minha senadora já vai ser deles. sem sombra de dúvida. aliás, ando assim muito sem confiança nos meus candidatos. acho que precisava estar mais engajada pra falar assim de política...
me dizem que eu deveria mudar a forma como escrevo aqui. ser mais política. mais generalista. menos pessoal. a questão passa pra mim por outro lado. meu jeito de fazer qualquer coisa é assim. pessoal. passional. intransferível. sendo assim, considerando que toda ação é fazer política, me acho política pra caceta. mas de repente nem sou. é que acho que revolucionário mesmo é ser feliz. o Lobão falou isso outro dia num show que eu fui. o show nem era dele, mas ele levantou e falou disso. tava animado ele. subiu, falou de ser feliz. e falou que não sabia o que fazer ali em cima (enfiaram um pandeiro meia lua na mão dele, oras. o povo pediu lobão, ele subiu. mas realmente não sabia o que fazer). falou tb que é lindo não saber o que fazer. eu não sei, por exemplo, e ando ficando feliz pra burro com isso. fazendo o que vai aparecendo. batendo meu pandeiro meia-lua...
25.8.06
as palavras tem voltado aos poucos. fazendo as pazes comigo mesma, tentando ser feliz. é complicado isso. de se perceber infeliz. de se perceber sem conseguir agir. porque eu fico me sentindo atada. completamente fechada a tudo. e já me vejo falando demais por aqui. mas deixa. era só pra dizer que eu ando conseguindo, bem devagar, me mexer. pra onde, ainda não sei. mas voltei a me mexer...
Les Bourgeois
Jaques Brel
Le cœur bien au chaud
Les yeux dans la bière
Chez la grosse Adrienne de Montalant
Avec l'ami Jojo
Et avec l'ami Pierre
On allait boire nos vingt ans
Jojo se prenait pour Voltaire
Et Pierre pour Casanova
Et moi, moi qui étais le plus fier
Moi, moi je me prenais pour moi
Et quand vers minuit passaient les notaires
Qui sortaient de l'hôtel des "Trois Faisans"
On leur montrait notre cul et nos bonnes manières
En leur chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Le cœur bien au chaud
Les yeux dans la bière
Chez la grosse Adrienne de Montalant
Avec l'ami Jojo
Et avec l'ami Pierre
On allait brûler nos vingt ans
Voltaire dansait comme un vicaire
Et Casanova n'osait pas
Et moi, moi qui restait le plus fier
Moi j'étais presque aussi saoul que moi
Et quand vers minuit passaient les notaires
Qui sortaient de l'hôtel des "Trois Faisans"
On leur montrait notre cul et nos bonnes manières
En leur chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Le cœur au repos
Les yeux bien sur terre
Au bar de l'hôtel des "Trois Faisans"
Avec maître Jojo
Et avec maître Pierre
Entre notaires on passe le temps
Jojo parle de Voltaire
Et Pierre de Casanova
Et moi, moi qui suis resté le plus fier
Moi, moi je parle encore de moi
Et c'est en sortant vers minuit Monsieur le Commissaire
Que tous les soirs de chez la Montalant
De jeunes "peigne-culs" nous montrent leur derrière
En nous chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Jaques Brel
Le cœur bien au chaud
Les yeux dans la bière
Chez la grosse Adrienne de Montalant
Avec l'ami Jojo
Et avec l'ami Pierre
On allait boire nos vingt ans
Jojo se prenait pour Voltaire
Et Pierre pour Casanova
Et moi, moi qui étais le plus fier
Moi, moi je me prenais pour moi
Et quand vers minuit passaient les notaires
Qui sortaient de l'hôtel des "Trois Faisans"
On leur montrait notre cul et nos bonnes manières
En leur chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Le cœur bien au chaud
Les yeux dans la bière
Chez la grosse Adrienne de Montalant
Avec l'ami Jojo
Et avec l'ami Pierre
On allait brûler nos vingt ans
Voltaire dansait comme un vicaire
Et Casanova n'osait pas
Et moi, moi qui restait le plus fier
Moi j'étais presque aussi saoul que moi
Et quand vers minuit passaient les notaires
Qui sortaient de l'hôtel des "Trois Faisans"
On leur montrait notre cul et nos bonnes manières
En leur chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
Le cœur au repos
Les yeux bien sur terre
Au bar de l'hôtel des "Trois Faisans"
Avec maître Jojo
Et avec maître Pierre
Entre notaires on passe le temps
Jojo parle de Voltaire
Et Pierre de Casanova
Et moi, moi qui suis resté le plus fier
Moi, moi je parle encore de moi
Et c'est en sortant vers minuit Monsieur le Commissaire
Que tous les soirs de chez la Montalant
De jeunes "peigne-culs" nous montrent leur derrière
En nous chantant
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête
Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient c...
18.8.06
9.8.06
no momento deprê, resolvi reler sandman. eis que me deparo com uma surpresa. sumiram daqui de casa os números 6, 7, 9 e 10. alguém tem pra me emprestar? tô absolutamente histérica sem a busca por destruição e o fim da estorinha!!! eu tinha esquecido como é gostoso e bom ler isso. adoro os endless. queria ser a delirium.
4.8.06
31.7.06
um susto levei hoje mais cedo. um carro do batalhao de choque me faz parar bem na saida da linha vermelha para a perimetral. param uma kombi com o revolver apontado pro motorista. e ficamos ali uns 10 minutos parados, esperando os outros carros do batalhao de choque passarem. depois, nos deixam sair. eu fiquei branca que nem papel. lagrimas saindo dos olhos de medo. muito, muito medo. sem saber o que fazer se começassem a sair tiros ali, bem na minha frente.
A violeira
Tom Jobim - Chico Buarque/1983
Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina
Era no Rio vir morar
Em Araripe
Topei com o chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro Serviço Militar
Esse maluco
Me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante
Me levou pra Macapá
Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no Ceará
Voltei pro Crato
E fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mó de economizar
Eu era um broto
E também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falar
Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa-má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar
Ver Ipanema
Foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira
Nem doutor, nem ziguizira
Quero ver quem é que tira
Nós aqui desse lugar
Será verdade
Que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar
Com a tralha inteira
Remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levar
Me distrair
Nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos
Em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de Quixadá
Tem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver quem é que arranca
Nós aqui desse lugar
Tom Jobim - Chico Buarque/1983
Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia, a minha sina
Era no Rio vir morar
Em Araripe
Topei com o chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro Serviço Militar
Esse maluco
Me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante
Me levou pra Macapá
Uma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no Ceará
Voltei pro Crato
E fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mó de economizar
Eu era um broto
E também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falar
Juntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa-má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim parar
Ver Ipanema
Foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira
Nem doutor, nem ziguizira
Quero ver quem é que tira
Nós aqui desse lugar
Será verdade
Que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar
Com a tralha inteira
Remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levar
Me distrair
Nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos
Em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de Quixadá
Tem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver quem é que arranca
Nós aqui desse lugar
27.7.06
20.7.06
o blog fica assim, meio no limbo. porque o mundo aqui fora anda interessante. meio confuso, mas interessante. o que mantém ele é essa coisa com escrever. escrever é bom. dá sensação de liberdade. dá liberdade. porque pondo em palavras as coisas entram nos eixos. elas se libertam da gente. e a gente delas. o estranho é perceber isso.
ontem assisti ao programa mais inacreditável da tv. juro, faz muito eu não ria tanto. chama-se rei majestade, passa no sbt (tá, isso eu acho que seria de se imaginar), e por ele passam seres que todos julgávamos mortos. ontem teve vanja ourico, miltinho, angela maria... um ixpetáculo. parece que em edições anteriores os espectadores foram brindados até com katia cega. mas o mais impressionante do preograma são umas bailarinas bizarras. porque elas não conseguem fazer uma coreografia. cada uma levanta uma perna diferente na hora que bem entende. meio como som fora de sinc no cinema, sabe? acho que eu danço melhor, juro.e os pobres dos cantores que vão? chega dá dó da decadência deles. e do fingir que são mais novos. chegam a falar que começaram a carreira com 14 anos pra tentar ser alguns anos mais novos...
13.7.06
tenho uma confissão a fazer... eu já li no mínimo. e nos últimos anos, ainda lia um ou dois colunistas (tá, o tutty, vá lá). mas hoje fiquei tão zangada com a posição reacionária de um deles, que eu ainda não achava o fim da picada. zangada como criança. por me sentir quase traída. por achar que nunca li tamanha asneira, tamanha falta de sensibilidade política e social. e quanto ao casarão do cosme velho ali mencionado, que tenha melhor função social invadido do que antes. quando servia pra nada, a não ser juntar poeira. ou pra que uma velha de 80 anos vai ter duas casas de 20 cômodos? pra fazer jogging andando nas duas? pra que, sinceramente, se acumulam tantas posses? quando vejo isso, me sinto um ser um tanto estranho, porque aparentemente, eu sou a minoria que concorda com a invasão. que acha graça quando se acabam com as coisas da aracruz. e que acha que estão olhando os vilões errados. sempre olhando os vilões errados...
12.7.06
entao. sem acentos de novo. e assistindo seriados idiotas na tv de madrugada, cheia de caipirinha na cabeça. e preciso dizer que ando insegura pra c****. e ando achando erro onde nao existe. mas acho que o problema e que estou feliz. p**** eu nao sei ser feliz!!! me ensina? eu nao sei, fico triste e insegura quando me aparecem possibilidades de felicidade.
ideias para muitos posts. tem a ver com loteria. com centro da cidade. com especiarias. com arabes. com argelia. coisa demais. acho que vira um conto ou dois. mas ta meio que fervendo aqui dentro agora. depois sai.
ideias para muitos posts. tem a ver com loteria. com centro da cidade. com especiarias. com arabes. com argelia. coisa demais. acho que vira um conto ou dois. mas ta meio que fervendo aqui dentro agora. depois sai.
I walk the line
Johnny cash
I keep a close watch on this heart of mine
I keep my eyes wide open all the time.
I keep the ends out for the tie that binds
Because you're mine,
I walk the line
I find it very, very easy to be true
I find myself alone when each day is through
Yes, I'll admit I'm a fool for you
Because you're mine,
I walk the line
As sure as night is dark and day is light
I keep you on my mind both day and night
And happiness I've known proves that it's right
Because you're mine,
I walk the line
You've got a way to keep me on your side
You give me cause for love that I can't hide
For you I know I'd even try to turn the tide
Because you're mine,
I walk the line
Johnny cash
I keep a close watch on this heart of mine
I keep my eyes wide open all the time.
I keep the ends out for the tie that binds
Because you're mine,
I walk the line
I find it very, very easy to be true
I find myself alone when each day is through
Yes, I'll admit I'm a fool for you
Because you're mine,
I walk the line
As sure as night is dark and day is light
I keep you on my mind both day and night
And happiness I've known proves that it's right
Because you're mine,
I walk the line
You've got a way to keep me on your side
You give me cause for love that I can't hide
For you I know I'd even try to turn the tide
Because you're mine,
I walk the line
6.7.06
eu ouvi numa mesa redonda dessas que o zidane voltou para a seleção porque teve uma visão. fui catar nessa caixa magnífica que é a internet e descobri que é verdade (uma notícia antiga me disse, mas agora perdi o link). ele teve uma visão, um cara veio no meio da noite e mandou ele voltar pros bleus, que ele daria mais um título para a frança. então chega-se à conclusão inevitável: zizou é, na verdade, doido. e doido, se sabe, não deve ser contrariado. pior de tudo: ele é um doido que tem toda a razão do mundo (pelo menos até o momento). praticamente um ungido pelos céus. e é isso. o ungido vai ganhar. porque, se ele não ganhar, imagina explicar pros franceses que até tão querendo trocar a imagem de jesus na cruz pela dele que não era bem assim?
perdão, sei que disse que nem ia falar sobre a copa. mas ungidos me dão medo. acho meio grave isso de um homem com uma missão divina, mística, sei lá. minha missão é essa daqui. viver. nenhum homem no meio da noite me pediu nada, a não ser um beijo...
perdão, sei que disse que nem ia falar sobre a copa. mas ungidos me dão medo. acho meio grave isso de um homem com uma missão divina, mística, sei lá. minha missão é essa daqui. viver. nenhum homem no meio da noite me pediu nada, a não ser um beijo...
eu ia escrever sobre a irritacão dos jogadores não suarem a camisa (acho que suaram tudo pro rexona). ia escrever sobre um mau humor galopante que me corroía ontem, apesar do dia lindo que fazia, por conta de uma gripe que me deixou péssima no finde (pra ser sincera, nem assisti o jogo, de tanta febre). mas desisti. ontem, saindo da análise, fui andar na praia. pra encontrar minha mãe e almoçar no leblon, eu tava ali no arpoador, fui pela praia, pra ver se meu humor mudava. e mudou. a água tava transparente. se eu não tivesse toda vestida, tinha caído nela. o sol tava lindo. uma pintura. e eu esbarrei no chico buarque. e pronto. sabe aquelas reclamações? foram pelo ralo. porque ele tá velho. mas é o chico. e falava algo sobre futebol (na verdade, acho que falava que não aguenta mais dar opinião sobre futebol) e estava ali. e eu esqueci do ópio do povo. do que eu ia falar sobre a aflição que me dão nacionalismos. de que eu revi A queda. e pensei que nacionalismo por futebol é melhor, e discuti isso e vi que não sei se é assim. e ia falar muitas coisas muito sérias pra mim. mas tudo se resume a isso, não? um belo dia de sol. um mar transparente, mesmo que nem se mergulhe nele. um cheiro de mar. o chico andando no calçadão. e o mundo entra em perspectiva. nada é assim o fim do mundo. porque o sol tá ali. e o mar. e o chico...
26.6.06
21.6.06
lacan sustenta que não existe a mulher, é ser construído socialmente ou qualquer coisa assim (na realidade nem sei direito o que diz exatamente). eu sustento que a única razão de afirmar isso é o fato de nunca, nunquinha esse moço ter menstruado. só pode ser. uma vez que tivesse sentido isso tudo que nós outras sentimos e ele tinha chegado à conclusão óbvia: existe a mulher. fisicamente falando, objetivamente falando. existe mal estar físico relacionado ao sexo. e não há nisso simplificação ou preconceito. ou nada de psicologismos. ser mulher é algo físico. é sentir dor, é ter enxaquecas. saber que hoje simplesmente é melhor ficar em casa. porque tudo está meio enevoado. mas que amanhã isso passa. e podemos voltar ao normal. eu gosto disso. de saber que tem vezes que só o que preciso é me dar um tempo, que eu sou assim muito, mas muito cheia de falhas...
20.6.06
13.6.06
3 mulheres assisttindo a copa. uma delas minha mãe, é verdade. mas o comentário era o mesmo: as pernas dos jogadores. os braços dos jogadores. os peitorais dos jogadores. tipo da discussão mulherzinha. daí eu falei que o robinho é fofo. punha na estante, feliz. um gênero meio bicho de pelúcia. c falou que concordava. minha mãe fala em boneco de chocolate. eu falo do dida. que me deixa nervosa, confesso. fora minha mãe falar que não entende meu gosto por homem (tem a ver com quem eu saio e suas diferenças físicas em relação ao dida). c fala que dida era bom boneco de chocolate. que ela começava lambendo pelos dedos (lambendo, percebam. ate o boneco derreter na boca, disse ela). fica assim. kaka, dida, robinho... e caiu por terra aquela coisa toda de que a seleção só tem homem feio. achamos um pra cada... mas nem era isso o assunto. ô jogo travado, hein? eu berrei pra burro xingando o ronaldo. outro que, sem a tal da cabeça, virava boneco de chocolate fácil. porque agora virou isso. e na frente da minha mãe. mas jogador de futebol bonito agora é da minha coleção de boneco de chocolate. adoro a cor. muito melhor que o filhinho do pai croata. que nem é de se jogar fora. mas nada tão chocolate...
8.6.06
7.6.06
2.6.06
funciona assim (me sinto revelando um segredo gravíssimo, mas é como se não pudesse não revelar...): a gente cria um blog. que não é nada além de um lugar pra escrever. e um dia descobre que precisa censurar partes do que escreve. e um dia descobre que pode não escrever tudo. e vai polindo tudo. e isso daqui de repente não é mais meu querido diário, mas é um espaço onde se escreve coisas. sobre o tudo ou sobre o nada. e onde se solta uma persona que já não é mais a gente. mas que virou sozinha alguém. então, a gente começa a ficar com medo de se expor de novo. porque a tal persona tem pernas. e sai falando coisas. é quase como um ser separado. e então eu percebo que queria mesmo era conseguir escrever mais...
João e Maria
Sivuca - Chico Buarque/1977
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
Sivuca - Chico Buarque/1977
Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
1.6.06
fazer sentido é pros outros (coisa que, aliás, exijo, infelizmente). eu vou seguindo, sempre a me desconstruir (não, sem reconstrução. a reconstrução é por acaso, a desconstrução é de propósito), sempre sem fazer sentido... e cada dia mais assim inteira fazendo isso. me dividir me deixa mais completa.
31.5.06
odeio moralismos. e li um moralismo absurdo no ancelmo góis agora. porque esse povo finge que é moderno. a nota fala de um spam que sugere marcola presidente. diz, entre os feitos dele, ter terminado com camelôs, ter tirado os jovens da rua. pois é. o ancelmo concorda com isso. quero ver se aos 20 anos concordava. ou tava mesmo no buteco. odeio gente que acha que pode falar aos outros como agir, ou como ganhar a vida. acho de uma presunção alguém me dizer, ou a qualquer outra pessoa, como viver sua vida. cada um sabe a vida que leva, sabe por que teve de passar pra estar vivo agora. e sabe cuidar de si. e, sinceramente, quanto a tirar adolescentes das ruas, só há uma autoridade: os pais. governo nenhum pode dizer aos pais como cuidar dos filhos. a não ser que viremos um enorm país comunista e as crianças sejam educadas em kibutz ou que tais. porque daí todos educam elas. ah, sei lá. isso daqui foi só uma revolta. porque odeio quando leio bandido e pessoa separados em uma notícia. ando odiando muita coisa. mas sobretudo essas pessoas que tem certeza do que é melhor pras outras. que sabem que tal ou tal coisa fazem bem. e que sabem que, por isso, são melhores do que as outras. odeio até porque é mentira. ninguém é melhor que ninguém. e eu só posso tentar ter a humildade de saber isso e viver de acordo...
30.5.06
bom, aparece um vazio. e vazios são péssimos de se olhar. porque eles encaram a gente de frente. olham lá atrás. e o vazio faz a gente achar que é o vazio. assim, oca. e eu não ando sabendo me sentir oca. faz um certo mal isso. pensando assim, me levantei naquele dia pra sair de casa. porque, por mais que o vazio estivesse tentando tomar conta, eu ia me mostrar mais forte. porque sou, oras bolas. o vazio passa. ele nunca é cheio. mas ele é deixado de lado. meio que faz parte da vontade de levantar. pra enfrentar ele. porque ele é enfrentável. e esse enfrentamento é mais ou menos o dia a dia da gente. a gente passa os dias querendo ser inteiro, querendo ser alguém. isso é fugir do vazio. e se a gente não foge, vira mais um na multidão. e nunca quis ser mais um na multidão. e assim, enfrentando o vazio, sinto que não vou ser. vou pegar o navio, vou andar no avião, vou conhecer pessoas e sair por aí andando sozinha. e um dia o vazio vai ter ficado tão longe que eu vou saber que cheguei onde queria...
26.5.06
assumir o que se sente é complicado pra muita gente. pra mim não. eu sou o que eu sinto. tenho dificuldade em assumir o que eu sonho. eu sinto. eu falo, eu choro. eu brigo, eu berro. se eu ficar chateada demais pra falar, eu espirro. então fica complicado. eu leio o que não devia e quero avisar. que eu sou muito mais que aquilo. que aquilo me aborrece. e que se cruzar o caminho daquela pessoa, não sei se reagirei com calma e fleugma como deveria. então fico tentando fazer um post meio criptografado. meio tentando falar da raiva sem falar o que é. porque na verdade o outro não merece essa importância toda. nenhuma, aliás.
e pior que tem sido mentira. eu nem tenho sonhado. tenho cortado eles todos pela raiz. eu costumava ser boa nisso. em sonhar, digo. mas ando tomada por um viés um tanto pessimista. comigo mesma. acho que de repente sou louca. mas ainda bem que não acredito nesses diagnósticos. eles são a própria camisa de força. eu vou tentar voltar a sonhar.
19.5.06
ônibus. saio 4:30 do diabo de ipanema as 17:30 passo finalmente pela entrada do túnel. entra uma criança meio mal educada, de seus 5 anos, falando alto e fazendo gracinhas com uma fava de feijões (ou era o que ela falava, não prestei atenção). posso ter feito cara de "era o que me faltava", mas voltei a ler. atravessamos o túnel, eu continuo a ler. quando o ônibus chega em laranjeiras, uma moça, que aparentemente era a mãe da criança que sentou do meu lado começa a berrar. e era comigo, como descobri. me acusava de maltratar a filha dela. a tal que eu nem vi direito porque tentava ler. e minha leitura foi comprometida por uma louca berrando. que não me deixava ler porque isso era mal educado, veja bem. eu só queria ler. e ela me ameaçava de morte. de me tacar pela janela do ônibus. porque eu tinha maltratado a filha dela. e eu era azeda e amarga (não sei qual sabor, ela falava os dois...) e mau comida, claro. caralhos voadores! só o que fiz foi não dar atenção pra criança porque lia. que é o que sempre faço. porque odeio criança que faz gracinha. eu não olho pras gracinhas dos meus primos. eu acho chato. eu converso com meus primos, mas não dou atenção pras gracinhas deles. e tem mais. porque diabos eu ia dar atenção pra uma criança que eu nunca tinha visto na vida? eu fui ameaçada de morte por ler!!! é por isso que o brasil não vai pra frente. porque não se dá nenhum valor pra educação. ela é punida... piadas a parte, morta de medo fiquei. morta de medo. a moça parecia doida mesmo, parecia mesmo que ia me matar. ainda tremo. e não sei como faço pra voltar pra casa semana que vem...
17.5.06
Saiba
Arnaldo Antunes
Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
Arnaldo Antunes
Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
15.5.06
10.5.06
ando preguiçosa. de um tudo. vontade de nada fazer. vontade de dormir. de não sair de casa. nada de deprê, as coisas nem estão ruins. mas eu queria fazer outras coisas. queria ser outras coisas. esse papo de eterna insatisfeita. mas passa. porque as coisas estão tranquilas. sei lá, de repente é isso mesmo. as coisas estão tranquilas.
o garotinho foi internado com o médico dizendo que ele corria risco de morte. fizeram todos os exames. tudo normal. nem anemia. quer dizer, parece que tá com os sais minerais um pouco abaixo do normal. grandes coisas. eu já morri, então. meus exames nunca dão todos dentro da normalidade. de repente o jejum foi indicação médica e a gente nem sabe. precisava baixar o colesterol na marra (porque se ele, gordo daquele jeito, tinha colesterol normal, eu desisto. faço regime e o meu continua alto...)
6.5.06
3.5.06

1.5.06
preciso dizer que o mico do ano, do século, vai pra greve de fome do nosso amado governador? pelo menos pode ser que ele perca algum peso. mas, como disse m, vai ter que nome ele depois? bolinha não vai mais condizer com seu porte físico. sinceramente, espero que dê tudo errado com isso pra ele. que passe mal, que não aumente seus votos... só não desejo que morra pq meu lado católico ainda não morreu de vez.
25.4.06
hoje, passados quase 3 meses, percebi como sou mal educada. nunca respondi os scraps de aniversário que me mandaram. mas realmente não saberia como fazê-lo. um a um? mandar um mail geral do orkut? e quem não me mandou parabéns, fica constrangido? enfim, isso é pra agradecer quem falou comigo virualmente, mesmo que muito, mas muito atrasada...
feriado no meio do mato. quebrei umas resistências. chorei pra burro. mas voltei mais leve, depois de uma sessão muito, mas muito produtiva na análise. leve. voando, quase. precisando continuar com as decisões tomadas. precisando fazer tanto e fazendo tão pouco. mas tudo em seu tempo. que tudo ficará bem. muito bem. porque eu acredito, sei lá...
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade.
20.4.06
só porque me irritou: o que diabos um homem que tem horror a pornografia foi fazer numa mostra de arte erótica? ver se tinha algo que ele pudesse fazer pra terminar com ela, é isso? tem mais, o tal quadro não tem nada demais. quer dizer, é feito com crucifixos, mas so what? censura me deixa perder a cabeça. e não entendo. é o mesmo tipo de gente que entra em comunidades no orkut ou em blogs somente para criticar os donos/paarticipantes. isso é, gente sem mais nada pra fazer além de vigiar os outros. e condená-los por não fazerem exatamente o que eles acham ser o correto. vi uma menina assim no ônibus. me deu um dó. uma raivinha. ela falava, pra todos ouvirmos, como "toma conta" dos coleguinhas no recreio. pra ninguém fazer nada errado... é tão bom fazer coisas erradas (e, no caso dos coleguinhas e do quadro, tão pouco agressivo aos outros)...
18.4.06
ando panfletária. tranquilamente panfletária, no entanto. ja não brigo mais por política, como tantos me viram fazer. não tenho mais fôlego. tenho minhas opiniões, ponho elas aqui. falo pra quem quiser ouvir. se discordarem, calo a boca. e só. ando calando muito a boca. pra muita coisa. acho que é a tal da idade, maturidade, sei lá. ando calando a boca pra muita coisa. mas isso é mentira. isso é o que eu queria. e eu continuo sendo a mesma. calo a boca só pros desavisados, pros que eu não acho que merecem gasto da minha saliva. porque pros outros eu ainda tento falar, argumentar, mostrar o outro lado da mesma moeda. e vou avisando que acho que voto no lula. mas tudo meio sem dogmas por enquanto. agora, falando sério, pra mim não existe outra opção. não anulo voto, questão de ideologia. tenho direito a minha. e não voto em psdbfl questão de respeito à minha história. então sigo votando em quem eu acho que apesar de muitos erros faz um governo com o qual eu concordo. não 100% mas 80 tá valendo. assumir as coisas faz bem vez em quando.
Cariocas (1994)
Adriana Calcanhotto
Cariocas são bacanas
Cariocas são sacanas
Cariocas são dourados
Cariocas são modernos
Cariocas são espertos
Cariocas são diretos
Cariocas não gostam de dias nublados
Cariocas nascem bambas
Cariocas nascem craques
Cariocas têm sotaque
Cariocas são alegres
Cariocas são atentos
Cariocas são tão sexys
Cariocas são tão claros
Cariocas não gostam de sinal fechado...
Sampa
Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Vaca profana
Caetano Veloso
Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo assim minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Ê
Êê dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas
Segue a movida Madrileña
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Pau, punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Ê
Êê vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los puretas
Quero que pinte um amor Bethânia
Steve Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk’s blues
Ê
Êê vaca de divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas
Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo um grande amor perdi
Caretas de Paris, New York
Sem mágoas estamos aí
Ê
Êê dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas
Mas eu também sei ser careta
De perto ninguém é normal
Às vezes segue em linha reta
A vida, que é meu bem, meu mal
No mais as ramblas do planeta
Orchata de chufa si us plau
Ê
Êê deusa de assombrosas tetas
Gota de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas
Caetano Veloso
Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo assim minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Ê
Êê dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas
Segue a movida Madrileña
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Pau, punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Ê
Êê vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los puretas
Quero que pinte um amor Bethânia
Steve Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk’s blues
Ê
Êê vaca de divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas
Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo um grande amor perdi
Caretas de Paris, New York
Sem mágoas estamos aí
Ê
Êê dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas
Mas eu também sei ser careta
De perto ninguém é normal
Às vezes segue em linha reta
A vida, que é meu bem, meu mal
No mais as ramblas do planeta
Orchata de chufa si us plau
Ê
Êê deusa de assombrosas tetas
Gota de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas
ando me prometendo nao falar de politica. mas nao guento vez em quando (e os acentos ficam pifando, isso e um saco. de repente somem). nao quento pessoas querendo que o governo tenha algo a ver com a varig. faliu por incompetencia. grandes melecas. a pan am faliu e o governo americano nao fez nada. porque incompetente nao merece ter empresa (veja bem, merece ter trabalho, carteira assinada, de preferencia, pra nao ficar sem previdencia, que incompetente tambem nao poupa pra velhice, que nem eu). inda mais de aviaçao. ou voces gostam de cair de aviao. que se nao tem competencia para gerir contas, vao ter para voar? credito nisso nao. tem mais coisas me aborrecendo. mas isso tem me dado nos nervos. porque as pessoas falam como se ajudar a varig fosse salvar o brasil. e eu nem sei de que.
na imprensa me irrita tambem o pouco caso com o fim dos titulos de divida podre do brasil. eles eram simbolo de uma dependencia economica infinda. que terminou. e dai? sem fogos de artificio? quer dizer que nao ajudar a varig e materia para um escandalo de pouco caso com a economia, mas conseguir resolver um problema real nao e nada. argh! ando irritada com a imprensa. muito irritada. e nao pretendo ser voluntaria nos jogos panamericanos.
na imprensa me irrita tambem o pouco caso com o fim dos titulos de divida podre do brasil. eles eram simbolo de uma dependencia economica infinda. que terminou. e dai? sem fogos de artificio? quer dizer que nao ajudar a varig e materia para um escandalo de pouco caso com a economia, mas conseguir resolver um problema real nao e nada. argh! ando irritada com a imprensa. muito irritada. e nao pretendo ser voluntaria nos jogos panamericanos.
17.4.06
tava tudo otimo. perfeito, ate. dai acordo com alergia. muita alergia. e preguiça, e vontade de berrar. pode isso tudo? cansei, acho que e isso. cansei. nao sei o que eu quero, mas quero mais. sempre vou querer mais. e isso me aborrece. esse eterno insatisfeito dentro da minha cabeça. fui ver uma peça. canto de gregorio. recomendo. gregorio ainda fala dentro da minha cabeça. acho que sempre falou. realmente doi muito um paradoxo.
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