explica-se... na família, muito morena, nasce a loirinha aqui. meu avô olha, olha... e solta essa, nasci branca por cruza, algo deveria explicar...
aqui apenas os fatos são inventados
o essencial da arte é exprimir;
o que se exprime não interessa
fernando pessoa
19.5.06
17.5.06
Arnaldo Antunes
Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
15.5.06
10.5.06
6.5.06
3.5.06

1.5.06
25.4.06
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade.
20.4.06
18.4.06
Cariocas (1994)
Adriana Calcanhotto
Cariocas são bacanas
Cariocas são sacanas
Cariocas são dourados
Cariocas são modernos
Cariocas são espertos
Cariocas são diretos
Cariocas não gostam de dias nublados
Cariocas nascem bambas
Cariocas nascem craques
Cariocas têm sotaque
Cariocas são alegres
Cariocas são atentos
Cariocas são tão sexys
Cariocas são tão claros
Cariocas não gostam de sinal fechado...
Caetano Veloso
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Caetano Veloso
Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo assim minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Ê
Êê dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas
Segue a movida Madrileña
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Pau, punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Ê
Êê vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los puretas
Quero que pinte um amor Bethânia
Steve Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk’s blues
Ê
Êê vaca de divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas
Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo um grande amor perdi
Caretas de Paris, New York
Sem mágoas estamos aí
Ê
Êê dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas
Mas eu também sei ser careta
De perto ninguém é normal
Às vezes segue em linha reta
A vida, que é meu bem, meu mal
No mais as ramblas do planeta
Orchata de chufa si us plau
Ê
Êê deusa de assombrosas tetas
Gota de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas
na imprensa me irrita tambem o pouco caso com o fim dos titulos de divida podre do brasil. eles eram simbolo de uma dependencia economica infinda. que terminou. e dai? sem fogos de artificio? quer dizer que nao ajudar a varig e materia para um escandalo de pouco caso com a economia, mas conseguir resolver um problema real nao e nada. argh! ando irritada com a imprensa. muito irritada. e nao pretendo ser voluntaria nos jogos panamericanos.
17.4.06
30.3.06
ah, nem sei, ia oferecer mais um copo de vinho.
ah, não tá indo? ué...
ah, entendi, queria não ter de sair não quer dizer que vai sair. perdão, ansiedade minha mesmo...
é, a gente nem jantou, ficou conversando mesmo... e o bem te vi nem veio ainda. será que me abandonou?
eu tinha uma pergunta pra te fazer: você é feliz?
é, eu sei que é clichê, mas sempre quis saber isso. se os outros são felizes. porque eu mesma vez em quando duvido disso. da felicidade, quer dizer. mas de repente tem gente feliz. dizem que no brasil.
não, não fui eu quem falou isso. gertrude stein, acho. eu gosto dela. da rosa.
ai que sono...
16.3.06
Boa noite, entre, sente, por favor, fique à vontade.
Quer um vinho? Branco ou tinto?
Eu também prefiro tinto, não sei explicar, mesmo no calor, me agrada mais. Branco tem de ser especial preu querer beber assim, do nada.
A cadeira está confortável? Não prefere sentar no sofá? Ah, entendo. Também acabo deitando em sofá.
Desculpas, esqueci de trazer, até fiz uns beijuzinhos com queijo pra gente beliscar. A gente vai sair pra jantar? Se quiser ficar por aqui, faço um macarrão.
Ai, eu e minha ansiedade, não repare, falta de hábito de ter gente em casa. Faz muito tempo só quem entra aqui fora eu é o sol, o bem-te-vi que vem cantar de manhã. Fico meio cheia de dedos, mas já passa. Vamos devagar mesmo, é melhor.
9.3.06
1.3.06
21.2.06
14.2.06
9.2.06
fora o filme, uma coisa me deixou muito preocupada. numa seção noturna, no rio de janeiro do século xxi, as pessoas soltavam risinhos nervosos. como se fossem adolescentes vendo porky's. uma verdadeira vergonha pruma cidade que se pretende moderna. sexo é sexo. entre dois adultos pode ser bonito ou pornô, mas não é motivo pra risinhos nervosos...
30.1.06
23.1.06
17.1.06
10.1.06
só isso. vão ver. absolutamente necessário. e eu não sei dizer por que. tinha tido vontade de ver na época do festival e não tinha conseguido entradas. e agora eu vi. e fiquei absolutamente encantada. eu sei que as duas horas do filme parecem 4. mas ficaria 4 horas vendo aquele filme. ficaria o dia todo. absolutamente apaixonada. filme perfeito. aula de cinema. engraçado. achoq ue não dá pra ver de novo. fica meio sem sentido, sabe como?
5.1.06
29.12.05
5.12.05
Manuel Bandeira
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração eu tinha
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
7.11.05
27.10.05
apesar de tudo, resolvi o problema. avisei s., que se quiser filhos, adoto.