12.10.12

eu não gostava de fazer as unhas. e tenho mãos de menino. grandes. com calo de quem já tocou algum instrumento. com calo de quem faz exercício. sabe aqueles calinhos na base dos dedos? unhas pequenas. dedos compridos. a única coisa que torna a mão feminina é o punho. razoavelmente fino. parei de tocar o cavaquinho, confesso, em parte por causa dos calos. me incomodavam. mas hoje em dia me incomoda o cavaquinho mudo. ando pensando o que farei. provável que volte a tocar. mas me perdi. as mãos. piorava porque eu mexia com tintas e quetais. acabam com o esmalte. e eu gosto de cor, sabe? se vou perder meu tempo, quero que seja visível. mas enfim. vaidades bestas.

com o tempo, fui gostando de fazer as unhas. disfarça os calos. e o tamanho da mão. e o fato delas (as unhas) serem absolutamente minúsculas. no pé, então... o pé, na verdade, eu sempre gostei de fazer. fica com cara de limpo. eu gosto disso. cara de limpo, de cuidado. a mão, não durava dois dias. me cansava isso. porque a verdade é que eu amo a cor que fica. adoro olhar pra pedacinhos de cor nas minhas mãos. me sinto com 7 anos. tinha um esmalte de purpurina que eu amava. aquelas micro-unhas eram quase do tamanho de uma purpurina, né? tinha um esmalte que brilhava no escuro também. não devia ser atóxico. explica muita coisa.

tudo isso pra dizer que. acho que não vivo mais sem as unhas vermelhas. continuo achando meio sacal o ato de fazer as unhas. ficando chateada quando tenho mais trabalho braçal pra fazer e o esmalte descasca todo rápido. mas olha. unhas vermelhas pra mim são um fim em si. olho pra elas e me sinto bem. me sinto inteira. faltava isso. me deixar olhar pros pedacinhos de cor de novo.

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