12.7.05

todas as manhãs tem cheiro de sim, pensava luiza e saltava da cama, ainda de meias. pôs uma calça por cima do pijama, um casaco. só pra comprar pão, pensou. cheiro de sim é uma coisa, acordar já pronta é outra. cheiro de sim é jeito de que a gente pode esperar tudo daquele dia. e pegou fidel, seu cachorro, que odiava manhãs, pra ir com ela. na rua, lembrou que era sábado. dia de feira. entrou na feira só pra comprar morangos, pequeno vício. mas se empolgou e saiu de lá com mais sacolas do que aprecia capaz de carregar. e ao invés de comprar o pão, comprou farinha e fermento. resolveu fazer pão. e chamar pessoas. e ter a casa cheia como não ficava faz tempo. quando voltou para casa, gustavo estava saindo do banho. bom aquilo, homem com cheiro de banho tomado na sua casa. se beijaram.
- luiza, o que diabos você faz com tanta sacola? achei que ia só comprar pão...
- é sábado. pensei em fazer um lanche e chamar os amigos. quer ficar?
ele ficava desarmado com essas coisas dela. perguntou como fazia pra ajudar...

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