20.12.04

meu tio querido chegou ontem. só vi ele hoje, por mil razões... e hoje, já acordada com a notícia da morte do pai da dentista (que é amiga da família), fui no enterro de tarde. não era pra ser um enterro emocional, ele já era bem velhinho, estava doente, e não era muito querido, pra ser muito sincera. mas a viúva, que cada dia era mais aflitivamente parecida com a filha dele, nossa amiga, chorava pitangas. isso porque ele era a quarta pessoa que morria em seus braços. me lembrem de nunca comer uma refeição preparada por ela. a outra filha, que não dirigia palavra ao velho faz 10 anos, e que nunca foi ao hospital, chorava mais ainda. de normal e são, meu amigo querido l, que dizia não entender tanto choro por alguém que eles nem gostavam. e insistia dizendo que tudo bem ele ir ali, ele tinha feito todas as providências, era avô dele e ele respeitava. mas não falava com ele faz 5 anos. chorar exatamente pra que, se na cabeça de todo mundo o afeto por aquela pessoa terminou faz tanto tempo. depois, como ele disse, aquele cemitério lembra o pai dele e meu irmão. pessoas queridas. e lembranças ficam pulando na nossa cabeça. acabei a tarde abraçada com ele, cobrando de nos vermos mais, já que ele volta a morar fora daqui mais um pouco... sugeri pra ele usar a cena inteira pra mote do roteiro que ele tem de escrever... fora que o enterro da frente era de um pessoal do candomble. legal ver as mães de santo de turbante e roupa branca. me deu certa paz aquilo.

tô escrevendo muito.

Um comentário:

k315-88-26619 disse...

Somehow I like your Friend I.