3 meses sem passar por aqui. meu lugarzinho anda abandonado....
muito acontece no mundo do lado de cá dessa tela. a vontade de escrever até existe, mas a vontade de privacidade tem me acometido. por mais estranha que ela possa ser a quem tem blog há tantos anos. meu mundo desse lado tá de pernas pro ar. divertido, engraçado, movimentado. e de pernas pro ar. e eu me sinto assim com asma, sabe? o esquisito é que eu nunca tive asma. mas as pernas tão tão pro ar que tenho tido crises agora. vou ligar pro homeopata. mas vai saber. acho que é assunto pra analista, sabe?
mudanças me dão angústia. não parece, mas dão. e angústia, dizem, dá asma. quando não dá coisas piores. angústia come a gente por dentro, dizem. tô precisando me comer por dentro, não. tô precisando por pra fora isso tudo. daí a privacidade vai pros raios que a partam, não? porque assim, onde mais eu podia por pra fora isso assim tão estupendamente, com tantos podendo ver e falar sobre? e assim, me sentindo tão, mas tão ouvida, a angústia acalmar? por mais artificial que seja, me tranquiliza por essas palavras aqui. e por aqui fico. sem explicações, sem maiores discursos fora esse. do estar feliz e angustiada. tranquila e bouleversada. e precisando demais de falar. falar sem ouvir resposta. falar pra depois saber o que falar na hora que precisar falar de verdade...
explica-se... na família, muito morena, nasce a loirinha aqui. meu avô olha, olha... e solta essa, nasci branca por cruza, algo deveria explicar...
aqui apenas os fatos são inventados
o essencial da arte é exprimir;
o que se exprime não interessa
fernando pessoa
12.5.08
19.2.08
o tal do sonho é um treco engraçado. quando era criança, adorava os kennedy. acho que aquela coisa toda de ser uma camelot e tals me deixava assim empolgada. e eram todos bonitos. e jackie o é o máximo. enfim, isso claro que com a idade passa. e a gente sabe que eles nem eram assim bonzinhos e tal. mas continuaram a ter certa aura pra mim. porque, enfim, primeiro católico na presidência americana, primeiro a ser simpático a idéias menos fechadas, sei lá.
daí, com toda esse lado romântico que grudou em mim mesmo, vi Bobby outro dia. filme simpático toda vida. adoro o joshua jackson, confesso. e meu hobbit predileto tá lá. mas o ponto é o seguinte: tem os discursos de boby, sabe? e eu sempre admirei o cara politicamente. menos farrista que o irmão, menos star system. mas mais sério e tals. tão anticomunista quanto, mas enfim, americano, né, fazer o que? e que discursos belíssimos. bem escritos. e vão direto ao ponto, que é o tal do sonho, não? há que existir união. há que existir o outro. e há o outro ali, nos eua. precisa sair não. tem gente morrendo de fome lá mesmo. e tem briga e guerra por lá também. e a saída do sonho é a tal união. é aceitar o outro. a saída aonde estamos é a outra. negar o outro. tentar sumir com ele. seja dando porrada, seja enfiando embaixo do tapete. enfim... o filme me deixou triste. com essa sensação de que mataram o homem e as idéias dele todas. meio que fudeu, sabe?
e daí chego a terceira parte do meu pensamento: o obama usa os discursos dele. não ipsis literis. mas usa. aprendeu bonito. coalisão, união, ver os eua que os eua não conhecem, patati, patatá... e me bateu aquela dúvida: pastiche ou aprendizado? e me bateu a outra dúvida cruel: eu achava que eu votaria na hillary, dada a oportunidade. meu lado feminista gosta demais da figura dela. acho que é mulher forte, não se mete a ser homem e dá conta do rojão... mas agora não sei mais. passei a achar que são dois candidatos que podem ser bons. inda mais, vamos combinar... mccain? tá falando sério? torço muito pra não...
daí, com toda esse lado romântico que grudou em mim mesmo, vi Bobby outro dia. filme simpático toda vida. adoro o joshua jackson, confesso. e meu hobbit predileto tá lá. mas o ponto é o seguinte: tem os discursos de boby, sabe? e eu sempre admirei o cara politicamente. menos farrista que o irmão, menos star system. mas mais sério e tals. tão anticomunista quanto, mas enfim, americano, né, fazer o que? e que discursos belíssimos. bem escritos. e vão direto ao ponto, que é o tal do sonho, não? há que existir união. há que existir o outro. e há o outro ali, nos eua. precisa sair não. tem gente morrendo de fome lá mesmo. e tem briga e guerra por lá também. e a saída do sonho é a tal união. é aceitar o outro. a saída aonde estamos é a outra. negar o outro. tentar sumir com ele. seja dando porrada, seja enfiando embaixo do tapete. enfim... o filme me deixou triste. com essa sensação de que mataram o homem e as idéias dele todas. meio que fudeu, sabe?
e daí chego a terceira parte do meu pensamento: o obama usa os discursos dele. não ipsis literis. mas usa. aprendeu bonito. coalisão, união, ver os eua que os eua não conhecem, patati, patatá... e me bateu aquela dúvida: pastiche ou aprendizado? e me bateu a outra dúvida cruel: eu achava que eu votaria na hillary, dada a oportunidade. meu lado feminista gosta demais da figura dela. acho que é mulher forte, não se mete a ser homem e dá conta do rojão... mas agora não sei mais. passei a achar que são dois candidatos que podem ser bons. inda mais, vamos combinar... mccain? tá falando sério? torço muito pra não...
18.2.08
precisando de mais trabalho. por enquanto me preparo para mudanças. ainda absorvo a viagem. ou as viagens. parece que faz tanto tempo... londres me deixou fora do eixo. e de tudo isso me veio a certeza de precisar viajar mais. e sempre. de que o eixo é um péssimo lugar pra mim. adoro viagem. adoro não estar no meu lugar.
porque eu acabo de descobrir que existe um órgão, instrumento órgão, que é tocado pelo mar. graças a ler coisas que o namorado gosta e eu aprendi a gostar. e o tal troço é tão lindo, mas tão que eu precisava dividir. fica na croácia. apontamentos para a próxima viagem. tantos apontamentos para tantas viagens que fico sem saber em que tempo de vida e de trabalho enfio tanta viagem. mas, enfim... sonhar vale sempre a pena, não? e afinal, a última viagem saiu como nos apontamentos...
24.1.08
porque de repente (e graças a deus) não consigo parar de escrever. volto a falar da viagem, que deixou assim marcas em mim. de algum jeito eu voltei diferente. leve. feliz. e precisando fazer algo com tudo isso que me aconteceu. que nem foi tanta coisa, mas foi coisa demais...
os pés conheceram paris. e, felizes com isso, me levaram a roma. o avião chega por cima da catedral de são pedro. de noite, toda iluminada, a praça parece, vista do alto, realmente um lugar onde deus existe. aliás, a itália é um lugar onde soa estranho não acreditar em deus. as igrejas tomam conta da paisagem. e são enormes. de algum jeito, somos todos perto de formigas perante o dono daquela casa. a idéia de museu a céu aberto, por mais que seja um enorme clichê, não sai da nossa cabeça. porque é isso. é esbarrar a cada passo em esculturas e prédios que fazem a história da gente. da tal civilização ocidental. que sei que o brasil também nem é tão ocidental assim. mas eu li sobre aquilo, sabe? como li sobre paris, verdade. mas de alguma forma paris era um romance. roma, a história. e a gente parece que tenta entender como as coisas foram evoluindo, sabe-se lá. e fica maravilhado achando que faz parte. ou que entende. o tempo também parece outro, não sei. só o que percebo é que roma se faz necessário. pra ver tudo. a cor, a água, a idéia de monumentalidade. que antes de ver roma, nada se faz monumental. ou depois de se ver roma, nada antes continua monumental. não sei como falar isso. mas muda tudo. aquilo ali, aquela cidade inteira, aqueles prédios e esculturas, aquilo é monumental. o resto é pequeno, é dia-a-dia...
os pés conheceram paris. e, felizes com isso, me levaram a roma. o avião chega por cima da catedral de são pedro. de noite, toda iluminada, a praça parece, vista do alto, realmente um lugar onde deus existe. aliás, a itália é um lugar onde soa estranho não acreditar em deus. as igrejas tomam conta da paisagem. e são enormes. de algum jeito, somos todos perto de formigas perante o dono daquela casa. a idéia de museu a céu aberto, por mais que seja um enorme clichê, não sai da nossa cabeça. porque é isso. é esbarrar a cada passo em esculturas e prédios que fazem a história da gente. da tal civilização ocidental. que sei que o brasil também nem é tão ocidental assim. mas eu li sobre aquilo, sabe? como li sobre paris, verdade. mas de alguma forma paris era um romance. roma, a história. e a gente parece que tenta entender como as coisas foram evoluindo, sabe-se lá. e fica maravilhado achando que faz parte. ou que entende. o tempo também parece outro, não sei. só o que percebo é que roma se faz necessário. pra ver tudo. a cor, a água, a idéia de monumentalidade. que antes de ver roma, nada se faz monumental. ou depois de se ver roma, nada antes continua monumental. não sei como falar isso. mas muda tudo. aquilo ali, aquela cidade inteira, aqueles prédios e esculturas, aquilo é monumental. o resto é pequeno, é dia-a-dia...
23.1.08
as sensações todas se confundem. 12 horas de avião fazem isso com uma pessoa. um cansaço que prega nos ossos. daí, nada a fazer. nem dançar um tango argentino. mas a gente acorda do cansaço pra sair na rua. e ver as meninas, sentir o frio, sei lá. inaugurar o manteau, acho que é isso. na esquina, só pra jantar direito. e do jantar sai um ânimo. pra andar mais. e como se anda quando se viaja. parece que de tanto andar os pés vão conhecer a outra cidade. meus pés sentiram frio. e odiaram as meias. mas acho que conheceram as cidades mais que eu vez em quando. porque na hora de subir na torre, acho que foram eles que mandaram. por mim eu ficava lá embaixo quietinha, quietinha... comendo gauffres com açúcar. quilos de gauffres. adoro. no dia seguinte, é visível que o avião ainda nos cansa. mas nada faz um turista ficar na cama. a ansiedade de conhecer, de ver, de sair. de não ficar na cama durante uma viagem. a ansiedade ganha da preguiça, do cansaço. e tudo começa de novo, os pés andando e procurando conhecer o lugar. mais coisa pra ver do que dá tempo de pensar. e as combinações vão se desfazendo porfalta de tempo pra pensar. e o redemoinho de se perceber viajando toma conta da gente. e como é bom ser feliz de novo... resta saber como fazer pra ficar viajando o resto da minha vida. de repente largo tudo e viro aeromoça. será que levo jeito pra isso?
22.1.08
pequena amostra das fotinhas tiradas.... o título é meio óbvio, mas...
![]() |
europa - paris, roma, toscana, londres |
21.1.08
18.1.08
esse ano a viagem foi mais chique que ano passado. porque se ano passado decidimos conhecer o Brasil, esse ano resolvemos conhecer a Europa. histórias diferentes.
na Europa, não sei por onde começar com a viagem. tudo me deixou fora do meu centro. tudo me deixou emocionada. a viagem. a companhia. ver tudo aquilo de verdade. fora dos livros a realidade toma assim ares de fantasia.
na Europa, não sei por onde começar com a viagem. tudo me deixou fora do meu centro. tudo me deixou emocionada. a viagem. a companhia. ver tudo aquilo de verdade. fora dos livros a realidade toma assim ares de fantasia.
31.10.07
interrompo meu período de reclusão pra dois comunicados:
o primeiro, que torço muito pra o são paulo só ganhar esse ponto que precis ana última rodada. quase impossível, eu sei. mas ia adorar se o américa de natal ganhasse hoje...
o segundo, que torço muito pra continuar fechada a agulha do rebouças pro cosme velho. adorei meu bairro virar assim algo tranquilo. tá, eu sei, também não deve acontecer...
será que funciona se eu pedir pra santa rita dos impossíveis? não, muito fútil pra pedir pra santa. deixa pra pensar em coisas mais importantes...
o primeiro, que torço muito pra o são paulo só ganhar esse ponto que precis ana última rodada. quase impossível, eu sei. mas ia adorar se o américa de natal ganhasse hoje...
o segundo, que torço muito pra continuar fechada a agulha do rebouças pro cosme velho. adorei meu bairro virar assim algo tranquilo. tá, eu sei, também não deve acontecer...
será que funciona se eu pedir pra santa rita dos impossíveis? não, muito fútil pra pedir pra santa. deixa pra pensar em coisas mais importantes...
10.10.07
angústia. tem um seminário sobre isso, dizem. eu mesma só estudo psicanálise in loco. na minha analista. fora de lá, nunca li nada. de repente leio. a dúvida que fica é: será que estudando um sentimento eu consigo parar de sentir ele? ou só consigo descrevê-lo melhor, identificá-lo melhor? afinal, o que eu quero saber sobre isso? na verdade, eu queria saber como fazer pra evitar a angústia. pra sair fora do sentimento de culpa. pra ser assim sempre leve e feliz. pra produzir, muito. e bem. pra saber quem eu sou. de maneira que pudesse saber o que eu sinto. bobagens sem fim andam passando pela minha cabeça...
3.10.07
argh! acordar sabendo que mais um dia vem pela frente. mais um dia sabendo que as coisas não são exatamente como a gente quer. mais coisas saindo do lugar que deveriam estar. mais lugares se movendo. e tudo vai ficando assim confuso. e acordar dá preguiça na gente, não? acordar de verdade. abrir os olhos. saber onde se está indo, mesmo que o rumo vá mudando. porque o rumo muda, é meio fato isso. muda pras crianças e pros velhos. pros adultos. o rumo tem esse mau hábito. de tirar o chão dos nossos pés.
28.9.07
ganhei uma bicicleta. o que teoricamente resolve o velho dilema. mas agora, será que caso ou que compro outra bicicleta? e em comprando outra bicicleta, o que faço com ela? e casando? o que faço com isso? quando a gente segue assim, escolhendo detalhe após detalhe, tudo parece tão difícil. que eu só queria era poder ser criança de novo. e calçar a luva e por o anel. e ficar lendo no fundo do quarto. com uma placa de não perturbe na porta.
sempre tive pavor de sentir dor. pavor assim de ficar travada ante a mera possibilidade. sempre fui do tipo que pede anestesia pra furar orelha. que tem medo de subir na bicicleta porque vai que eu caio da bicicleta? daí, dói. dizem que eu era uma criança que não pulava. por medo de cair. cair sempre foi assim um medo maior do mundo. engraçado como, com o tempo eu fui perdendo os medos. descobrindo que eu preciso pular de vez em quando. e que não tem anestesia pra algumas coisas. e pra outras, veja bem, eu sou alérgica a alguns anestésicos. porque claro que o corpo da gente prega peças nos nossos medos. então, quando precisei tomar morfina, passei mal com ela. quando preciso passar xilocaína, a pele quase cai de tão irritada que fica, e, claro, a dor aumenta. a descoberta que fica é que dor não mata. é que ela também não ajuda a crescer. mas faz assim parte da vida. e então eu pude voltar a subir na bicicleta. e pular. porque o pior que pode acontecer é sentir alguma dor, não?
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