10.7.07

o bar. a noite. a fumaça. a bebida. tudo isso se mistura e a foto sai bonita, não? a vida parece mais bonita. quer dizer, há de existir quem não se sinta confortável. eu me sinto em casa. e desce mais um chopp. e acende mais um cigarro. e mais gente chega pra conversar. e o show começa e de repente eu não estou só. e isso é tão estranho. e ao mesmo tempo tão vivo. boêmia. saudades da boêmia, ando sendo assim tão comportada. e é verdade que isso é parte da gente. tenho percebido. como isso nos dá a impressão de pertencimento. e justo quando não pertencemos a nada. ali não somos engenheiros, jornalistas, advogados, nada. não usamos uniformes, não falamos jargão. e nos sentimos pertencendo ao grupo instantaneamente. ouvimos a música, vimos o filme, lemos o livro. nada de currículos, nada de salários. uma brincadeira de igualdade social...

9.7.07

aliás, pensando depois de escrever... todas as estórias são de amor, não?
tentando fazer do escrever prática diária. falando do dia a dia. ou sei lá, pensamentos soltos. mas soltando a mão. como no desenho, soltando a mão. fui ao cinema ver paris de novo. paris te amo, se chama o filme. lindo. muitos pequenos filmes com paris de cenário e o amor de assunto. vários amores. emocionada eu fiquei. com tudo. eu me emociono fácil, sabe? mas o filme é bom. adoro falar de amor. adoro sentir amor. e o filme me lembrou como é bom isso. amor por alguém, por mãe, pela cidade, por uma criança. amar pelo amor. sei lá. vale a pena ver como as gentes vêem isso de amar...

5.7.07

passar horas pensando o que é uma viagem pra mim. a fuga. o incerto. o medo. e estar tão encucada com isso que estou com dificuldades de pensar sobre outras coisas. e saber que ando assim realmente muito mas muito inoperante pras coisas da vida.

3.7.07

ando querendo ir pra paris. alguém se habilita? vendo filmes passados na cidade eu lembro quão perfeita eu sempre sonhei aquela cidade. é preciso ter os pés no chão, eu sei. mas pés no chão são chatos e não enchem os olhos. o que enche os olhos, o que me deixa feliz de não poder mais é paris. é andar pelas ruas. entrar nos cafés. comer um tartare, beber um vinho. andar mais e beber um chocolate quente. tomar café naquelas taças engraçadas de manhã. usar saltos. paris deve ser vista de saltos. e meias. de preferência com foulard. entrar no cinema de noite e sair de manhã. sem isso ser um grande evento. croissants. porque nada mais gostoso. e enfim, fico sonhando com aquilo. falar francês e passar hidratante, porque a água tem cálcio demais. ouvir brell em paris... aiai...

27.6.07

quer se distrair? pensar em nada por duas horas? recomendo 13 homens e um segredo ou o que seja o nome. george (meu amigo onírico), brad pitt e companhia garantem boas risadas. e eu confesso, pra minha vergonha, que adoro las vegas. desejo conhecer um dia. ver qual é, sabe? afinal, o túmulo de todo kitsch do mundo não pode ser assim tão desinteressante. tem seu lado legal de tão feio...
o mundo volta a ter óleo nas engrenagens. não, nem tudo está perfeito. nunca está. mas as coisas se movem. e veja, temos sonhos. à escolha do freguês. sonhos de futuro, daqueles bem extravagantes. nunca ponho preço nos meus. não vale a pena, sabe? porque se o sonho é o desejo, pra que sonhar baixo? sonho baixo é realidade. é economizar 10 reais e comprar o sapato. se é pra sonhar, viajo pra veneza na primeira classe. e conheço o george clooney no vôo. ficamos amigos, mas eu dispenso ele. sabe como é, mesmo no sonho ainda me acho menina comprometida...

20.6.07

escrever é preciso. é preciso não esquecer disso. é preciso ler, escrever, dormir, beber, comer. ter prazer é preciso. é preciso seguir o desejo. e é difícil, muito difícil, saber o lugar certo de colocar o tal. então, é preciso pensar. e pensando, escrever, organizar, e assim, podemos de repente parar de pensar e ser. e ser é o tal do objetivo de existir. e tergiverso, que é meu jeito de falar que ando tentando organizar-me...
estranho isso, de nunca mais escrever. um dia deu vontade de novo. tá, um mês depois, mas deu. e apareço aqui, mas nem sei se mais alguém ainda se dá ao trabalho de ler...

ando cansada. as coisas andam complicadas. falta grana. falta saco. e pra piorar, como eu percebi que é padrão, quando as coisas não estão do jeito que eu quero, eu pioro tudo mesmo, fazendo um estilo tati quebra barraco que nem é assim muito bom. daí eu entro na casca e volto pra escrever aqui. e parece sempre que as coisas vão péssimas, e também nem é assim tão desastroso. só tá complicado.

mas hoje eu decidi. volto a escrever. em tudo que é lugar possível. volto a sair da casca. e como primeira providência, vou catar passagem barata pra ficar duas semanas na minha terra. e comer caranguejo e tomar sol que ninguém é de ferro.

17.5.07

então, sumida faz tempos. e me mandaram o link do site mais fofo. e entro aqui só pra passar adiante. porque eu me apaixono fácil, vejam bem... e fazer refeições em caixinhas é lindo. e explicar diariamente isso na internet é quase assunto de internação. mas quem trata de internação nem sou eu, é outro...

26.4.07

há coisas que deixam uma pessoa feliz, como ter notícias de uma amiga com quem não se fala faz muito tempo. falar com namorado no meio da tarde. um dia de sol. mas com esse calor, no arcondicionado. viagem. ler um livro bom. ando reclamando de barriga cheia, porque tenho tido todas essas coisas...

17.4.07

receber boas notícias me deixa feliz. assim quase esfuziante. estou assim agora. a notícia nem é minha, vejam bem. mas amigas felizes me deixam feliz.

12.4.07

então. tomamos decisões e pagamos por elas. a tal responsabilidade, talvez. ando cansada demais. decisões demais, acho. no momento, uma noite de sono bem dormida viria bem. tenho sonhado com piscinas. óbvio demais (pra mim, meu pai afinal era nadador de competição, assim como 4 dos meus irmãos). tão óbvio que deve ser outra coisa. como outro dia uqe a empada tinha empadinhas no recheio. óbvio demais. ou então meu inconsciente anda mais preguiçoso que eu. e tá tentando ver se eu percebo as coisas assim de cara. eu gosto de sonhos. mas eles tem me deixado realmente cansada.

15.3.07

eu tento não abandonar o blog. mas anda difícil escrever. porque acontecem coisas. mas eu ando com tanta vontade de ter as coisas só pra mim. de não dividir. de não dizer. e vocês perecebem que o blog fica supérfluo se a gente não quer dividir acontecimentos ou opiniões. enfim, fico assim calada. e faço pilates agora. adoro. e adoro minha nova analista. e tô numa fase muito tranquila. mas precisando estar só com o que me acontece...

7.3.07

os dias estão simplesmente lotados. fase lendo calvin e outras bobagens. nada sério me interessa. ansiosa demais, o que não interessa alivia a cabeça. o que é supérfluo vai embora tão rápido que a gente se esquece que existiu. e os dias vão ficando assim, lotados do nada. da ansiedade do nada. mas bons. preguiçosos. e cheios de coisas a fazer. tudo assim meio incoerente, confuso e agradável...

5.3.07

então. pus as fotos. a vida anda muito atribulada. demais, se me perguntam. então, ando cansada. depois do maranhã, fui a sampa visitar meu irmão. e adoro aquela cidade. entre ela e são luis... ah, sei lá. são luis tem caranguejo, mas sampa tem a liberdade.
tentando postar fotos no picasa. tá difícil. mas conseguirei. e porei o link aqui.

12.2.07

ando meio aboxonada, falando em dividir alegrias. e gosto tanto, mas tanto disso. e mais não falo. pra tentar não ser assim linguaruda.
ando irritada. essa mania das gentes de achar que há que se manter segredo sobre tudo. que se souberem, os outros farão força contra. mania de achar que vão por água no nosso chopp. deve ser porque põem água no chopp alheio. eu saio por aí contando o de triste e de feliz que me acontece. o de triste pra poder respirar. que com tristeza demais a gente se asfixia. o de feliz pra poder dividir. que alegria sempre é bom espalhar. de repente eu que tô errada. mas sabe? nem acho. acho bom demais dividir as coisas com os amigos. e conhecidos. e; bem... com a internet, não? sei que nem todos tem blog... mas também não acho que os que tem sejam assim mais propensos a falar. de repente eu que sou linguaruda mesmo. melhor introjetar isso e parar de falar de vez.

29.1.07

testando esse treco de google analytics. vejamos. parece mais bunitinho que o bom e velho sitemeter...

28.1.07

acordar. trabalhar. descansar. passear. ter prazer nisso tudo. hoje fui ver little miss sunshine. pequena delícia. ajuda a pensar no tal prazer. prazer mesmo na hora que tudo dá errado. porque tem coisas que dão errado mesmo. e a gente segue. e tendo gente que a gente ama fica tudo muito mais fácil. e vez em quando a gente demora a perceber. que ama. e é amado. enfim, gostei do filme. saí leve. e lembrei de muita coisa boa. e tô pensando ainda. acordar. trabalhar. ser feliz. dormir.

26.1.07

tentando ajeitar isso daqui. nada funciona ainda como quero. e perdi agora os comentários do blogger. menos mal, que prefiro esses, mas...
então, acho que fiz besteira e mudei meu layout. e não tô com saco de consertar. deixa quieto. um dia eu conserto.

update: fiz besteira tão grande que perdi meus comentários do haloscan. saco. e certamente o sitemeter também. inferno.
hoje acordei com raiva do mundo. acho que tiro pedaço. vou andar com um cartaz no pescoço "cuidado, morde"
então, nada a reclamar mais. ganhei finalmente o novo blogger. vou brincar com ele entonces...

24.1.07

sou só eu ou mais alguém odeia o fato de saias balonês e lkeggings estarem de volta ao socialmente aceitável?
só eu não consigo mudar pro novo blogger. deixa pra lá. é só esperar que eu consigo (espero)

22.1.07

18.1.07

aiai... dias cansados. deve ser o tempo e a chuva. dias chuvosos trazem sempre a tal da melancolia, não? deve ser isso de ter nascido no rio. a gente aprende que o chuvoso é meio errado. não era pra ser. então tudo que vem nesses dias parece errado.
continuando as reclamações, algo bem simples: porque quase ninguém comenta aqui? me sinto escrevendo pras paredes...
então. dias surreais. ontem chegou ao cúmulo de o porteiro não abrir a porta pra mim. eu, atrasada pra análise, tentando sair e o porteiro querendo que eu esperasse ele descobrir com o morador de sei lá que apartamento se o moço que queria entregar as encomendas não era assim um ladrão. eu insisti e o porteiro acabou abrindo a porta. mas demorou, viu? e eu já tava atrasada. inferno. a analista me deu esporro. ando reclamona demais, parece.

14.1.07

deus quis. deus pôs. deus seja louvado. pensando muito nessa frase. ouvia da boca de minha vó. fazendo de conta que era graça. mas era visível que não, que era estilo de vida. e de repente era isso que eu sentia. no tal sertão. uma não ocidentalidade. sei lá, tô pensando demais, de repente. mas ando tão encucada com isso...

13.1.07

primeiras fotinhas da viagem. do tal do são francisco, claro. o resto vem depois. ainda nem me entendi com esse novo brinquedo. mas vamos tentando...

10.1.07

os dias no rio andam chatos, na verdade. eu queria estar lá. voltamos para brasília no dia seguinte da ida a januária. devagar dessa vez. olhando as cidades que na ida estavam debaixo de chuva. dias sem tv esses dias. esquisito isso pra uma total videota como eu. domingo voltamos pro rio. e eu tô aqui lamentando não estar lá. e me achando meio idiota por isso. mas sei lá. depois desse começo, apesar de alguns percalços, 2007 há de ser interessante. eu tô apostando nisso. que vou conseguir ser feliz até lá...
minha vó nasceu no sertão. não de minas. mas do piauí. e eu achei graça ver tanta coisa ali parecida com o que ela me falava da terra dela. os gibões de couro que ainda se vendem nas lojas mais chiques. a planície enorme. os buritis. o povo campeando na roça. achei graça. tudo tão diferente e tão igual. mas lindo. lindo de me deixar rindo a toa. de me deixar feliz. e de me deixar com pena de sair dali. apesar do desconforto do hotel barato. apesar do medo dos bichos de noite. apesar de reconhecer que folia de reis é meio maçante. eu me senti em casa ali. o que é muito esquisito pra alguém que nunca morou assim tão longe do litoral.
no café, encontramos w, de quem um amigo de s tinha nos falado. w trabalha com um grupo de folia de reis da região, pesquisa eles. e nos disse onde ir, o que fazer naquele lugar meio esquecido do mundo. me sentia o tempo todo em algum lugar dos anos 50. engraçado isso, se sentir no tempo errado. fomos andar na terra de novo. o carro enfrentando tudo. fomos ver um lutier a moda antiga. conversar com ele. compramos uma viola. linda a viola. foto disso eu ponho também. e fomos à januária. ver o outro lado do rio e comprar cachaça. e aprendemos em algum lugar no caminho que a parte norte do rio seca menos na seca. e a parte sul seca mesmo. as pessoas vão trabalhar em outros lugares pra fugir da seca. e que por ali, pela parte rural dessas cidades que já são pequenas, já são rurais, a luz chegou faz pouco tempo. e o dono da tv dos lugarejos adora a casa cheia de gente pra ver a novela. e eu sabia da maior parte dessas coisas, ou intuia, por ler. mas ver assim na nossa frente muda tanta coisa. e eu tô apaixonada por esse lugar que eu fui. e essa gente que eu conversei. foi coisa demais. que ainda não sei se digeri. e fico aqui falando sem parar. e saem esses posts enormes. mas é muita coisa a falar. muito brasil que conheci. e essa lembrança de minha vó...
arinos é pequena. meio fim de mundo mesmo. perdida em algum lugar no tempo. mas do lado de uma ponte sobre o tal do urucuia. que é maior que eu pensava. eu sei que s ficou desolado com a pobreza da cidade e decidimos seguir adiante (sejamos sinceros, não haveria nada para se fazer ali, é realmente muito pequena a cidade). pegamos a estrada de terra pra urucuia, a cidade. e a chuva veio seguindo a gente. de atoleiro em atoleiro, chegamos a urucuia, depois pintópolis. e, quase desistindo da aventura, demos carona a seu ambrósio, que muito nos falou. e a viagem ficou mais relaxada. e vimos as terras alagadas perto do rio. e vimos o s francisco. que é mais lindo e maior do que eu pensava. e me disseram que na seca ele diminui. mas fica transparente. e dá peixes enormes e lindos. mas que nessa época do ano os peixes são pequenos. só dá piranha mesmo nas lagoas. e pegamos uma balsa composta de uma placa de ferro com barris embaixo (acho que barris, mas poderia ser outro flutuador) e três barquinhos que davam uma de práticos, empurrando a balsa contra e a favor da correnteza para chegarmos do outro lado. chegamos as 8 da noite em s francisco, a cidade. procuramos lugar pra ficar e ficamos. cansados. felizes. eu fiquei apaixonada pelo rio.
perdida até onde eu escrevo, eu já tava em formosa. sem problemas, fico assim redundante mesmo. o carro foi assaltado em formosa. durante a noite, enquanto dormíamos no hotel da cidade, alguém cortou a borracha do vidro de trás e o colocou delicadamente no assento. acordamos com o carro tendo uma ventilação permanente. e a informação de que em formosa, cidade de 88mil habitantes segundo o 4 rodas, existem nada mais nada menos que mil menores internos. enfim, mas ali do lado, a 20km de asfalto fica o salto do itiquira. lindo. vale a pena ver. mesmo. quando pegar o videozinho que s fez ponho no youtube (nem comento nada sobre a tal moça que fez saliências em público e depois resolveu encher o saco do resto do mundo) e de lá ponho aqui. mas o passeio em formosa durou mais que o esperdao, para consertarmos o tal vidro. nada que atrapalhasse a estrada. seguimos pra arinos.
onde eu parei? já fui pra brasília? não? mas vejam, eu fui de avião pra lá no dia 2. e acabei indo ao dentista no meio de minhas férias. assim a gente agradece ter família grande. e família grande que em parte nasceu e foi criado ali no cerrado mesmo. então meu tio r (nenhuma novidade, dos 16 irmãos do meu pai só uma irmã não começa por r. além dele, é claro) salvou meu dia e me levou ao amigo dele para eu não sair viajando mais uma semana sem uma obturação que tinha caído dia primeiro...

8.1.07

ai... a viagem fica interessante é aqui. quando a gente sai de formosa. e vamos pra s francisco, nas margens do rio. daí tem tanto pra se falar que ainda não consegui digerir tudo pra escrever. não é pra por água na boca. mas ainda não consigo resumir pra escrever.
dali, voamos pra brasília. dormimos um dia e acordamos pra viajar. mas acabamos andando pela cidade pra ver os prédios. afinal, na véspera eu tinha passado a tarde no dentista. de tarde pegamos o carro e fomos. pra formosa ainda. velho oeste total...
o reveillon passei em diamantina. não conhecia e achei aquilo ali meio sobrenatural. aquelas pedras todas ali ao redor são muito impressionantes. e as cidades ao redor. serro do frio é a coisa mais linda. fiquei perdidamente apaixonada. parece uma cidade de bonecas. a família da mãe de s é dali, descobri depois. cada igreja mais linda. casas preservadas. e aquele povo que parece que ainda está em algum lugar do século XIX. e tudo limpo e organizado. e o tal queijo do serro. e andar de casaquinho em pleno fim de dezembro. e falar com as gentes que explicavam que cachaça boa eu ia achar era no açougue mesmo. dali passando por milho verde e são gonçalo do rio das pedras, chegamos a diamantina mesmo. passando em cima do jequitinhonha. que eu juro que não sabia que nascia em diamantina. mas nasce. e atravessei ele. e fui pra diamantina. e as pedras tomam conta de tudo. e as casas são bonitas e a pousada era tudo. fui mimada por dois dias. e adorei. chazinho com biscoitinho de fubá. e a ceia que fizeram os donos da pousada pra gente. peixe assado, salada... tudo tão gostoso. enfim, dias de tranquilidade...
conheci muito de minas, na verdade. a zona da mata me é muito estranha, com aquelas famílias patriarcais, aqueles homens que saem com todas e acabam eleitos pra governador. o sertão me lembra as coisas que minha vó falava do piauí. ele é grande mesmo, tem aquele ar de infinito. e as gentes são impressionantes pra mim. tem essa coisa de guimarães rosa se mostrar tão literal. e das gentes serem aquilo ali mesmo que eu ouvia da minha vó. sei lá. foi tudo muito e muito forte pra mim. ainda não digeri.
duas semanas e mais um pouco viajando. tanta coisa pra falar. tantas considerações a fazer. nem sei por onde começar. quer dizer, sei. conheci o rio são francisco. e é mais bonito ainda do que eu imaginava.

13.12.06

tudo começou um dia que decidimos por bebedouro pra beija flor na janela. daí, meses depois, os passarinhos brigam pela água (são muitos, nem só beija-flores). e, sem a menor vergonha ou medo, têm entrado aqui em casa...
tem tempos que a gente vai deixando a vida levar a gente. e a vida leva. e tem momentos bons e ruins. mas um dia a gente acorda e percebe que a vida não levou. ela foi passando. daí é necessário pegar as rédeas. e acordar. e ir em frente. parar de ficar vendo a banda passar. e isso é tão assim complicado. porque é necessário agir. e agir nem sempre é fácil. porque tem as neuroses. porque tem as pessoas, as culpas, os medos. sair desse círculo nem sempre é fácil. mas é preciso. pra poder levar a vida.

12.12.06

ah! lembrei. pinochet morreu. já vai tarde, se me perguntam. mas realmente o homem devia ter sido julgado antes de morrer. ou ter sofrido mais. ele era, afinal, praticamente o demo encarnado. matou, torturou, traiu, roubou... nada que alguém possa se orgulhar. ainda tenho de ler uma nota falando que era o dia do aniversário da mulher dele. tipo pra gente se solidarizar com ela. nem um pouco. quem casa com o diabo é bruxa.
eu juro que tinha algo mais interessante para falar. mas esqueci. ando assim. esquecida. se duvidar, não sei mais meu nome...
adoro o fato de saber o que farei no fim de ano. ando exultante com isso.

6.12.06

depois fui ver as meninas prum chopp. divertido. falar bobagens o resto da noite. o chato foi, na hora de voltar, descobrir que o elevado tava fechado. ok, vamos pelo joá. chegando em são conrado, mandaram irmos pela praia. e pela niemeyer. chegando na lagoa, mandaram ir por botafogo. o que seria a 3 túneis de distância ficou longe. uma hora longe, quase...
comecei aulas de samba. fui lá e aprendi a andar pra trás que nem caranguejo. depois a mexer os quadris. depois a juntar os dois. depois a ir pra trás e pra frente. daí eu quase desisti quando puseram a música. porque eu vim sem coordenação motora de fábrica.
o tal do maiô. é esquisito pra quem não usava um faz bem uns 5 anos. daí agora são 6 meses com a barriga sem sol. maiô. me sinto enorme. porque tem a tal coisa de ter corpo mais comprido que as pernas. daí fica aquele corpo enorme. todo coberto. fico me sentindo gigante. não é real. não sou assim tão enorme. mas olho e acho. e pronto. fora o perrengue que é achar maiô no rio.

27.11.06

ser próativa. ou o que quer que se chame isso. mas fazer as coisas, não esperar. parar de ficar olhando pras portas. parar de me chatear com o alheio. de fazer dessas coisas meu problema. enfim, fazer muita coisa. e parar de me perder nessas coisas todas quqe quero fazer. me organizar.
coisas voltam ao trilho, sabe? engraçado como eu sempre acho que descarrilhou e não tem saída. mas tem. fui aprendendo isso. a ter calma. e procurar a saída. porque ela aparece.

20.11.06

fui ver volver. não sei por onde começar. o filme é, sem a menor sombra de dúvida, um almodovar. e isso diz muito. porque almodovar me conquistou desde o primeiro frame que eu vi dele. mulheres a beira de um ataque de nervos. eu ainda era adolescente. e fiquei comprada. e a cada filme, mais comprada (tá, kika não foi seu ponto alto. mas até ele pode errar). e ontem, depois da porrada que eu levei quando vi a mala educacion, eu vi uma suavidade tão grande. veja, nada de estorinhas assim sem força, meio água com açúcar. mas uma estória forte contada com suavidade. e redime a gente. as mulheres todas. as mães especialmente. tudo lhes é permitido e perdoado. e as mães devem sair de ver o filme assim felizes. sei lá. a mãe de um amigo não gostou. e eu juro que não entendi...
tá, eu sou uma drama queen. mas realmente andava meio pra baixo. tá passando. mais um pouco e eu até saio pra ver gente. juro.

17.11.06

perdão, mas meu humor não anda em seus dias mais luminosos, mesmo com os dias gloriosos aqui na cidade de são sebastião. nada que fique pra sempre. mas isso daqui certamente vai ficar mais assim melancólico do que já é...
preciso tomar conta do que acontece comigo. mas ainda não descobri como se faz isso. então tenho estado fechada assim, sem querer sair, sem querer fazer nada. e ficam querendo que eu faça. mas eu agora não quero. quero virar um ovo. e dormir. até a angústia passar. porque eu realmente não sei praonde eu devo ir. não faço idéia.

13.11.06

diante de tudo que vi, só tenho medo dos show por lá em pista. tá que as cadeiras eram pequenas e desconfortáveis. mas era menos gente. e gente que podia sair sem usar as saídas da pista.
ontem fui ver gil cantar. sempre me deixa feliz. mas vou dizer que o tal do vivo rio bem queria que isso não acontecesse. nada pronta estava a casa. mas isso eu tinha lido no jornal. só não imaginava quão precária era. nada de corrimãos pra impedir pessoas de cair das frisas. olhei lá pro alto e torci pra nem ter lotado a casa. porque cair dali era tragédia anunciada. cadeira na beira do vão livre lá pra baixo, nada protegendo até o chão de cimento. uns bons 15 metros. no andar de baixo, nada de corrimão entre as arquibancadas e o chão de baixo. quer dizer, mude a cadeira de lugar com cuidado. pra não cair. dessa vez, queda pouca, no máximo metro e meio. a cerveja custava caro. não tão caro quanto o estacionamento. e os guardadores demoraram nada mais nada menos que 45 minutos pra pegar o carro. coisa pouca. imaginei em um próximo show (confesso, tendo bethânia eu acabo enfrentando o lugar, mas fico injuriada com a precariedade) pegar táxi. até que vi que o povo ficou os 40 minutos esperando também. o chão ainda era sujo, cimento mal tinha sido seco e subia poeira. as portas de emergência não o eram. simplesmente estavam travadas com madeiras por trás. pra ninguém correr o risco de ir parar nas escadas das saídas de emergência, com certeza. quando saí, vi que ainda eram canteiro de obras. diante disso tudo, pelo menos o show foi bom. pelos músicos. porque tiveram uma paciência de jó com o som da casa, que hora falhava para eles, hora falhava para a platéia. quer dizer. a noite só foi salva por são gil mesmo. e adriana calcanhoto. e maria rita. e o neto de gil, bento. que é lindo. tô numa fase bebês, entendam...

9.11.06

eu ando sem coragem de escrever. porque muito me aconteceu e muito eu preciso falar. mas o medo da exposição me aparece como uma coisa real. engraçado, eu não costumo sentir isso. mas enfim, se falasse tudo que sinto agora me sentiria vulnerável. e isso me é muito estranho. então, ando calada. e acho que ainda fico calada um tempo. absorvendo, digerindo tudo. e um dia consigo escrever sobre tudo sem ser literal e sem me sentir vulnerável. daí, eu volto...

1.11.06

pois, pus essa etiqueta por aí para as eleições. e agora não sai. tá, eu ainda apóio, ainda é o nosso governo, como diz minha ídala. mas perdeu a razão, sabe? e não quer ir. pelo menos daqui de casa. se alguém não ver o selo, me avisa... eu fico vendo e revendo.
então, mudei os links. consertei uns, troquei outros. a lista cresce, nunca vi. é só eu me distrair e ela cresce. dia desses arrumo. categorizo. de repente não. deixa eles aí. adooro links. adoro ler escritos alheios. ando precisando é tomar conta dos meus.
depois do susto e de duas das semanas mais intensas da minha vida, as coisas voltam pro lugar aos poucos. ainda fico uns dias de repouso. e depois, segue a vida. muito pra fazer, graças a deus. muito que pensar daqui pra diante. o susto fica pra trás. e espero que muita coisa ruim junto dele. eu quero pensar no daqui pra frente, posso?

30.10.06

eu tô feliz com a reeleição. mas confesso que minha vida tá de tal forma esquisita agora que nem tô conseguindo ensar em política assim mais a sério. ou escrever sobre isso. porque o mundo real me deu uma coça nos últimos dias. e a única parte boa foi me sentir assim tão querida num momento que eu tava tão desamparada.

19.10.06

ia me esquecendo: é preciso sempre ser feliz por ter amigos. e eu tenho. e adoro perceber isso. me dizem que tenho amigos porque os cultivo. mesmo sendo assim ausente por natureza, os cultivo... então fica assim, adoro meus amigos. e isso é declaração.
eu já falei que morro de nostalgia do que não vivi? um dia curo isso.

mas que é maravilhosa essa força dos anos 60, dessa mudança comportamental, de poder ser o que fosse. como eu amaria me sentir livre dessa forma. de repente um dia eu chego lá. e largo tudo. e nem aqui nunca mais sabem de mim. porque eu estarei longe. até de mim mesma.
Hey! Mr. Tambourine Man
Bob Dylan

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Though I know that evenin's empire has returned into sand,
Vanished from my hand,
Left me blindly here to stand but still not sleeping.
My weariness amazes me, I'm branded on my feet,
I have no one to meet
And the ancient empty street's too dead for dreaming.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Take me on a trip upon your magic swirlin' ship,
My senses have been stripped, my hands can't feel to grip,
My toes too numb to step, wait only for my boot heels
To be wanderin'.
I'm ready to go anywhere, I'm ready for to fade
Into my own parade, cast your dancing spell my way,
I promise to go under it.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Though you might hear laughin', spinnin', swingin' madly across the sun,
It's not aimed at anyone, it's just escapin' on the run
And but for the sky there are no fences facin'.
And if you hear vague traces of skippin' reels of rhyme
To your tambourine in time, it's just a ragged clown behind,
I wouldn't pay it any mind, it's just a shadow you're
Seein' that he's chasing.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.

Then take me disappearin' through the smoke rings of my mind,
Down the foggy ruins of time, far past the frozen leaves,
The haunted, frightened trees, out to the windy beach,
Far from the twisted reach of crazy sorrow.
Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free,
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands,
With all memory and fate driven deep beneath the waves,
Let me forget about today until tomorrow.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jangle morning I'll come followin' you.
mas então, de repente acontecem coisas. e tenho conversas que me tiram o chão. e ando precisando tanto desse chão. enfim, o chão é meu, e na verdade nem foi a lugar algum. mas parece que saiu. e não, não explico o que quero dizer. mas sei que ando querendo tanto e tudo ao mesmo tempo. e isso me dá angústia, não calma. e ando me sentindo burra. e nada tranquila. mas essa cara de pastel faz com que as pessoas achem que recebo notícias e vivo sem ânsia. não. tudo é com muita vontade. tudo é com muita angústia. mas tudo é falando baixinho. piano, piano. pra poder continuar fazendo. e ninguém reparar. e agora eu vejo um filme sobre o bob dylan. única conclusão: queria bem era ser a joan baez, pra estar ao lado dele. e pra ser ela. que ela era linda. ou ele mesmo, não sei. ele mostra a tal ânsia. fica nos olhos. a minha eu tenho tanto medo de mostrar. que ninguém vê.
então. a moça realmente comeu o dedo da outra. e eu nem sei o que falar dessa juma marruá da direita brasileira. porque só me choca. muito. eu sei que ninguém precisa ser de esquerda. ou assumir posição política. mas a direita raivosa dá medo. lembranças do que não vivi, eu sei. meio que fico pensando se as coisas estariam diferentes estivesse alguém do exército numas de entrar na onda do golpe. que esse povo anda numas de carlos lacerda brabo...

17.10.06

acabo de ler que o lula foi carregado nos braços do povo do carro ao palanque. e eu escolhi justo hoje pra desmaiar e passar mal e não sair de casa. se dor de cotovelo matasse...
o depois era a vontade de pegar no cavaquinho quando eu ouço mundo livre, mesmo. porque o cara toca o fino. ele é tudo.
antes de mais nada, andei lendo isso daqui, do fred 04. ídalo desses de fim de adolescência, junto com o chico science, claro. pensaram juntos o brasil, o fred continua pensando. uma cabeça fenomenal. e, sei lá, é fantástico ir a um show com gritos de guerra pelo mst, como eu já fui. tem um que de libertação política nisso. lembro tão bem do último que fui. tão meio sem querer. e dormi tão feliz no dia (tá, comadre fulozinha de faia de pelúcia ajudou. o que me lembra que preciso voltar a tocar algo. desesperadamente)
muito a falar. muita coisa lida. mas quer saber? um cansaço maior do mundo. e vontade de dormir que nem passa. parece que o mundo está muito longe. sei lá, também. sei que tem uma caminhada hoje. da candelária a cinelândia, pela candidatura do lula. mas o cansaço. tá difícil. será que vou ao cinema ou que dou um bolo em todos e durmo? perguntas demais, acho. na verdade, cansaço demais.

16.10.06

ando nada política. hoje penso em flores. dias meio assim confusos e cansativos. e vontade só de dormir, confesso...

10.10.06

notícia mais surrealista, certamente plantada pela assessoria de alckmim, fala que ele só irá a debates se o lula for. na minha terra, isso chama óbvio ululante. aparentemente pra eles, não. precisaram falar. e o globo, fazendo graça já que apóia mesmo o candidato, põe isso na capa da edição online. agora, eu, que penso, tenho direito de achar isso ridículo. meio patético mesmo. porque é. primeiro porque nenhuma alma é obrigada a ir a um debate, como o alckmim fala, com aquela carinha de opus dei que deus lhe deu, afinal, nem o santo da religião dele, o fhc, foi aos debates em 98. e ninguém em jornal nenhum reclamou. confesso, eu reclamei. como achei que lula deveria ter ido a debates no primeiro turno. mas é uma decisão dele. agora, o que eu queria mesmo era ver a cena, imaginem, um debate de um homem só, que é o que o alckmim sugere poder existir, com essa vergonhosa notícia plantada de assessoria.

9.10.06

eu tenho mania de parênteses. ponho sempre. dizem que é péssimo estilo, que faz o leitor pensar e não entender a linearidade (falta de) do texto. mas vem cá, se eu não sou linear, como que diabos meu texto pode ser?
post enorme. tenho feito posts enormes. não reparem, é coisa que dá e passa. o que me deixa feliz é que finalmente consegui um tempo só com meus botões hoje. eu andava precisando disso.
eu fico nervosa vendo debates eleitorais. sinceramente nervosa. tenho vontade de bater num, de soprar pro outro... ontem, claro, não foi diferente. me veio uma sensação de 89. ainda lembro da cena. 3 televisões empilhadas na sala, que uma quebrou, pegamos outra, ela quebrou, pegamos outra... acabou aquela bizarra pirâmide. um bando de gente lá em casa, eu ainda com 13 anos distribuia santinhos pra quem entrava (na época, santinhos do pcb. freire, que vergonha. tá, eu sei que ele ainda não tinha posto todas as manguinhas de fora). e todos vimos aquilo juntinhos. meio emocionados. era a tal da possibilidade de eleger presidente, sabe? (e eu queria poder ser adulta. quis a vida inteira, e quando aconteceu mudei de idéia, mas isso é outro post) lembro de cada bloco, quase. do brizola falando. do ulysses, meu deus. e do aureliano, e do caiado. era candidato pra todos os gostos (tinha até o sílvio santos!)(22, acabo de descobrir. afif devia estar feliz).
e eu ainda achava que no mundo só tinha pessoas de esquerda. ainda não tinha visto que um amigo meu ia virar udn. que outro ia preferir tomar balinha e dormir até tarde. que uma ia preferir viajar a votar. eu era (e sou) uma pirralha meio preocupada com política. minha melhor amiga na época perdeu nossa formatura na oitava série porque chorou tanto com a anunciação do collor presidente que perdeu a hora.
volto ao debate de 89. fiquei triste ao fim com as ofensas pessoais. era aquela coisa mesquinha, sabe? de se discutir quem fez o que aonde com quem, mas nada de falar de visão, de partido, de política. eu gosto de política. de discussão de métodos. de crenças. de ideologias, formas de ver o mundo.
então, o debate de ontem me deixou quase tão frustrada quanto o de 89. menos porque eu já aprendi como é um debate. mas eu preferia ver debates sobre política. e fiquei com a sensação que o meu candidato (alguém ainda não sabe qual?) também. porque eu vejo nele essa paixão pela política, vejo ele querendo falar sobre isso e se vendo encurralado com acusações que nada têm de política. vejo no outro uma paixão pelo poder, querendo fazer acusações e se defender, e se mostrar um bom moço, temente a cristo. pode ser que eu esteja errada. mas nem os jornalistas fizeram perguntas pertinentes a política. (a única resposta que envolveu política de alguma forma foi a do alckmim sobre política carcerária fingindo que não quer a redução de maioridade penal. e querendo isso. me deu calafrios) e isso é só perda de tempo, não? que acusações eu posso trocar com tanta gente... mas discutir idéias com uns poucos.
na verdade, não sei quem foi melhor no debate. porque não vi um debate político. e não sei quem foi influenciado por esse programa de tv. se viram o que eu vi, certamente acham, como achei, que perderam seu tempo (porque fomos enganados pela propaganda alheia, veja, continuo ingênua), e isso me deixa assim, triste como aos 13 anos, de camisa com foice e martelo (e boina vermelha com estrela de lenin!), olhando a tv.

6.10.06

o problema vai se construindo assim: eu vou me fechando a tal ponto que nenhum lugar existe fora de mim. e fica meio angustiante. daí eu ligo pra ele. e ele canta pra mim no violão. e eu consigo, assim, ver que existe lugar fora de mim. mas ainda não quero ir lá. então, tentando me organizar. e nada acontece ainda. e isso daqui, não sei se vocês reparam, é mais ou menos a terceira tentativa de escrever isso. porque nada está bom. nada está.
Espumas ao Vento
Accioly Neto

Sei que ai dentro ainda mora um pedaçinho de mim
Um grande amor não se acaba assim
Feito espumas ao vento

Não é coisa de momento, raiva passageira
Mania que dá e passa, feito brincadeira
O amor deixa marcas que não dá pra apagar

Sei que errei tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo

E sem saber direito a onde ir e o que fazer
Eu não encontro uma palavra para te dizer
Ah! se eu fosse você eu voltava pra mim de novo

De uma coisa fique certa, amor
A porta vai estar sempre aberta, amor
O meu olhar vai dar uma festa, amor
Na hora que você chegar

Sei que errei tô aqui pra te pedir perdão
Cabeça doida, coração na mão
Desejo pegando fogo

E sem saber direito a hora e o que fazer
Eu não encontro uma palavra só pra te dizer
Ah! se eu fosse você eu voltava pra mim de novo

eu precisava era deixar de ser frouxa.

5.10.06

mulherzinha hoje, mulherzinha sempre. no sonho, entre trocentas coisas que acontecem e eu nem lembro, brincos roxos chamam minha atenção. roxos, de pelúcia. deve ser um recado. nunca mais usei meus brincos de pelúcia. ando numa onda discreta...
o dente. é minha novela agora. divide espaço com a tentativa de mestrado e as eleições. minha analista vai me dar tanta, mas tanta bronca quando vir tanto cavalo de batalha... mas o dente me incomoda. detesto a idéia de fazer canal. engraçado que é um medo virtual, já que nunca fiz nenhum canal na vida...
no orkut de um amigo (ainda que virtual, amigo), encontro um desabafo. e ele sente necessidade de passar adiante. e eu passo adiante também. na verdade, tem muito a ver com todo o momento político atual, e com a minha vontade de passar adiante minhas opiniões, que tanto se parecem com essas... a tal da ana, realmente não faço idéia de quem seja, mas...

Certo dia, num scrapbook:

Ana, Eu já ouvi esse papo de "caçador de marajá" antes, sei como termina. A imprensa vestiu a camisa da campanha do PSDB. Eu nasci em 68, não vi o golpe de 64, mas faço uma idéia do clima por toda essa histeria insuflada pela parcialidade desses caras. Os jornalistas se dividem, mas no final prevalece a voz do patrão, e os "coronés" da mídia entraram na campanha com os dois pés.

Desde o início eu sabia que o Lula teria que ser extra-pianinho ou iam massacrá-lo. Mas infelizmente safadeza não discrimina partido, e dentro do PT tem gente muito pouco comprometida com o que ele significa. Mas não justifica toda essa histeria, e pior, tentando passar um projeto nefasto de desmonte e venda do país enquanto as pessoas se distraem com a "ética". FHC comprou a própria reeleição a 200 mil por deputado. Ele não foi melhor que Zé Dirceu, só é muito mais cínico. É impressionante a cara de pau desse sujeito: sócio de Daniel Dantas, engavetador de CPI, patrão de Chico Lopes da fraude do Banco Marka e Fonte Cindam, vendilhão da Vale do Rio Doce baratinho pros amigos (uma das maiores mineradoras do mundo, patrimônio do Brasil) em processo viciado, vir posar de indignado na televisão. Tem que ser muito cara de pau, muito cara-dura mesmo.

E Alckmin, seu sucessor, é bastante pior que Serra e até que o próprio FHC. Vc já ouviu a expressão "fascismo penal"? O secretário de segurança de São Paulo é um sujeito truculento que pensa que ainda vive na ditadura. O PCC se criou fazendo acordo com a Secretaria de Segurança de SP para controlar os presídios. O PCC cresceu como braço armado da Secretaria de Segurança de SP, pra que sua excelência o secretário não precisasse sujar as mãozinhas. Depois a criatura saiu de controle e vc viu no que deu. A culpa é deles, foram eles que criaram aquilo.

Ana, não pense que eu sou petista, nunca fui. Nem nunca vi nada de especial no Lula. Quando vc votou nele, provavelmente o fez com muito mais entusiasmo que eu. E mesmo com expectativa bem realista, o governo Lula ficou abaixo dela. Mas eu não quero PFL/PSDB de volta ao governo desse país. Não quero o projeto deles de jeito nenhum. As pessoas mais pobres hoje comem melhor, houve um ascenso de milhões para acima da linha da pobreza, uma política de Estado (não é esmola, é projeto governamental, é lei) de melhoria da vida de gente que nunca teve nada.

Vc já se perguntou pq o Lula recebeu quase 49% de votos depois de tudo o que vc viu na TV? Pq tem gente que tá sentindo de fato as coisas melhorarem, e é gente que vc não vê, que é invisível pros classe-média que nem nós. A mídia tem poder, mas não faz mágica: não vai convencer esse povo que a vida deles não melhorou. Fizeram muita bobagem no PT, Lula podia ter realizado mais no governo, mas lançaram as bases de uma coisa muito boa que precisa continuar e muita gente sabe disso, fora de toda essa gritaria. Gente que tá fazendo universidade graças ao ProUni. O Estado, que começa a funcionar de novo (muito timidamente) com concursos, com emprego digno, não com emprego precário de terceirizado. O que vai ser dessa gente, Ana, com o pessoal do FHC de volta?

Mesmo que o PSDB/PFL fosse o anjo vingador da ética (por favor, né! por favor!), mesmo que fosse um partido de virgens impolutas, ainda assim eu não quero o projeto deles para esse país. O projeto deles é concentrador de renda, é cruel, é anti-soberania, anti-povo. É isso o que devia ser decisivo, e não esse lacerdismo de Pedro Bial que me assusta, que é assustador e já trouxe muita coisa sinistra pra esse país. Eu tenho medo quando a Rede Grobo começa a posar de "ética", quando Antônio Carlos Magalhães começa a pedir golpe militar em pleno Congresso Nacional. Fico triste, fico amargurado.

Eu não quero mudar seu voto, até pq o meu é mais pra não perder esse passinho pequeno que foi dado, do que pelo Lula em si. Porque eu não quero um FHC piorado que vai botar meu país num balcão de negócios. Porque eu não quero mais viver num shopping center cercado de miséria por todos os lados. Lula, com todos os problemas, deu um passo pra mudar isso. Um passo pequeno, mas nem eu nem milhões de outros aceitamos mais andar pra trás.

Eu já me excedi no seu scrapbook, me desculpe. Aceite mais como um desabafo mesmo.

Abraço,
Adib

4.10.06

Morte e vida Severina. penso com a músico do chico, sempre. até hoje lembro da cena do enterro, em preto e branco na minha cabeça (porque nem sei se o p&b é real ou foi a imagem que eu fiz), com a música. o corpo na rede. no link, a poesia inteira. bonito como só joão cabral sabe fazer.
— Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a cota menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
— É uma cova grande
para teu pouco defunto,
mas estarás mais ancho
que estavas no mundo.
— É uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no mundo
te sentirás largo.
— É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.

3.10.06

peguei material de campanha. larguei com meu tio. o rapaz falou que chega do segundo turno só semana que vem. ok, volto por lá. vou distribundo aos poucos...
a novela do dente. acho que escrevo um conto com isso, finjo que é ficção. porque nem eu acredito mais nela.
hoje eu vi o que é o beta. fui dar uma de gerente para minha mãe e vi. muito esquisito. demorei a achar os comandos. ela diz que acha muito fácil. mas ela nunca se acostumou com esse daqui...

2.10.06


isso é pra lembrar. porque é isso. apoio. feliz, fiquem sabendo. ando uma chata, monotemática. mas posso fazer nada. ando resolvendo umas coisas sabe? a chatice tende a aumentar.
enquanto nem crio, sugiro esses daqui que andei lendo nas últimas horas, dias, enfim... e que me ajudaram a ter argumentos quando eu já tinha cansado. me ajudaram a falar quando eu estava me calando. porque eu me canso. porque falar cansa, porque eu tendo a não saber usar a emoção. nada de novo, vejam bem. esses eu andei linkando já. mas nunca é demais, acho, mostrar nossa opinião, digo.

http://marcuspessoa.blogspot.com/
http://meio-bossa-nova.blogspot.com/
http://palestinadoespetaculo.zip.net/index.html
penso em fazer uma lista de links separada, temporária. de blogs que apoiam lula. até dia 29, sendo ou não conhecidos, amigos ou afins... vou ver se compilo isso até amanhã.
cansada. me senti meio de ressaca hoje.

1.10.06

infeliz mesmo fiquei com jandira perder. sem palavras isso me deixou.
tristeza tão grande. nem sei por onde começar. e uns idiotas ficam berrando da janela aqui perto "bem feito". enfim, agora preciso me concentrar e pensar no tal do segundo turno. falei com s sobre o que penso, de militância e tals. na verdade nunca me filiei, e realmente me afastei do pt depois de certa idade. mas até meus 20 anos eu era tão militante. de panfletar direto. de pensar em me filiar. e quer saber? a vontade anda voltando. porque os idiotas que berram de noite não são a questão. esses eu não modifico a opinião. eu penso nos outros. nos que ficariam envergonhados se ouvissem o que estão falando. ou mesmo no meu pai. que se considera reacionário, veja bem. mas me liga hoje pra avisar que votou no lula. porque o psdb é um retrocesso, minha filha. econômico e social, com o qual o brasil não pode arcar. daí o reacionarismo dele é meio de fachada, vai. porque o que acontece é questão de prioridade. o que é ou não imprescindível. e essa estorinha dos escândalos é totalmente prescindível para a vida de um pais. não afeta em nada a vida de ninguém, a verdade é essa. o que afeta é essa coisa de indicadores econômicos mesmo. é saber que pode se ter comida na mesa. saber que há vida depois de amanhã. que isso é difícil e a gente finge que nem sabe. daí, acho que volto pra militância. tô numas. me filiar. de verdade dessa vez...