explica-se... na família, muito morena, nasce a loirinha aqui. meu avô olha, olha... e solta essa, nasci branca por cruza, algo deveria explicar...
aqui apenas os fatos são inventados
o essencial da arte é exprimir;
o que se exprime não interessa
fernando pessoa
31.5.04
ela saiu de casa e olhou pra trás. e percebeu que tudo era muito maior. percebeu que aquilo era dentro dela algo mais do que podia entender. era algo aprisionante. essa incapacidade de se organizar em qualquer instância. a cabeça não para. não desliga. a angústia e gerada daí. é inexplicável por nao ter começo nem fim. é complicado viver assim. ela suspirou. e fechou a porta.
bebi um drink com licor de morango no sábado. passei o domingo crente que algo tinha passado por cima da minha cabeça (tipo um caminhão). só de lembrar da garrafa o enjôo volta. nunca tive uma reação tão forte a bebida, juro. e olha que nunca fui de beber pouco... mas, definitivamente, licor de morango não é uma boa pedida...
28.5.04
preguiça mortal de ir à aula. mas levantei e fui. daqui até a gávea, uma viagem. chego lá, aviso na porta... a prof não foi. ótimo. adoro passear. serviu pra tirar cópias dos textos da semana que vem. depois, de tão baratinada, resolvi ir na minha vó. cansada, exausta, dengar um pouco com vó faz bem...
27.5.04
INVERNO
Antonio Cícero, Adriana Calcanhoto
No dia em que fui mais feliz
eu vi um avião
se espelhar no seu olhar até sumir
de lá pra cá não sei
caminho ao longo do canal
faço longas cartas pra ninguém
e o inverno no Leblon é quase glacial.
Há algo que jamais se esclareceu:
onde foi exatamente que larguei
naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei?
Lá mesmo esqueci
que o destino
sempre me quis só
no deserto sem saudades, sem remorsos, só
sem amarras, barco embriagado ao mar
Não sei o que em mim
só quer me lembrar
que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar
Antonio Cícero, Adriana Calcanhoto
No dia em que fui mais feliz
eu vi um avião
se espelhar no seu olhar até sumir
de lá pra cá não sei
caminho ao longo do canal
faço longas cartas pra ninguém
e o inverno no Leblon é quase glacial.
Há algo que jamais se esclareceu:
onde foi exatamente que larguei
naquele dia mesmo o leão que sempre cavalguei?
Lá mesmo esqueci
que o destino
sempre me quis só
no deserto sem saudades, sem remorsos, só
sem amarras, barco embriagado ao mar
Não sei o que em mim
só quer me lembrar
que um dia o céu
reuniu-se à terra um instante por nós dois
pouco antes do ocidente se assombrar
depois da cena, como tenho amigas fenomenais, não me deixaram ir pra casa sem me acalmar antes. bg, alguns chopps, camarão com alho e óleo (nunca pediria isso assim, no hipódromo, mas uma amiga pediu e realmente é uma delícia), batatas fritas e o mundo pareceu fazer mais sentido. ainda tenho pensamentos de processar a puc. ainda quero estrangular o diretor do curso, mas o mau humor foi pelo ralo.
ontem, como cereja do sundae do meu dia, discuti com meu professor. e ele é uma flor. mas realmente me aborrece a matéria se chamar história do design e ser ensinado arquitetura moderna no brasil. acho terrivelmente falho. até porque a professora não tem noção do que é design. é dessas arquitetas que acham que designer é arquiteto de segunda. saí de sala, fiz um drama básico (lógico). depois, um pediu desculpas pro outro, pretendo achar um lugar no meio do caminho pra fazer o trabalho...
26.5.04
25.5.04
ontem a professora passou mal. nem conseguiu dar aula, tadinha. inda bem que eu tinha ficado presa no trabalho e nem me desloquei até a puc. hoje não tem aula. tô usando meu tempo pra estudar. preciso por em dia as leituras. preciso achar um tema pra monografia! tô pensando em falar dos cronistas e jornalistas no modernismo...
eu, que adoro uma sarna pra me coçar, agora resolvi fazer site sobre meu avô. e pra isso, preciso arrumar as fotos do arquivo dele. tem umas muito boas. mas tô achando que vou ter de chamar um profissional pra arrumar aquilo, que sozinha eu não dô conta. muitas caixas, muito mal acondicionadas as fotos. vai ter de limpar antes de guardar e arquivar...
24.5.04
descobrir que realmente existem pessoas mais loucas do que eu sempre é interessante... e existem. muitas. só não sigo a teoria da princesa, que quer conhecer pessoas mais sãs que ela. prefiro as loucas. pelo menos me dão mais o que pensar. tenho minha meia dúzia de amigas normais, adoro elas, mas tá de bom tamanho...
21.5.04
sonho. eu ia com uma amiga passar o carnaval na bahia. eu. na bahia. nem em sonho eu consegui chegar. íamos de trem, claro, como não? só que, pra variar, ela não apareceu. e eu fui sozinha. e o trem era um ônibus. e tinha duas colegas minahs da pós que nem conversavam comigo. e eu tentava lembrar da véspera. e a gente tinha ido juntas numa festa no recreio e combinado de se encontrar na estação... lembro até do mapa pra chegar na festa. o recreio era fechado, meio que um enorme shopping, as pessoas moravam em quartos dentro disso... enfim, acabei acordando em um ônibus, indo pra bahia...
ontem eu vi kill bill vol1, finalmente... estou até agora sem palavras. só de ouvir a música de parapluie de cherbourg no meio daquela zona valeu mil vezes a entrada. agora eu quero ver de novo. anotar todas as citações. ver detalhe por detalhe... aiai... fiquei apaixonada pelo filme. só sei falar disso agora...
20.5.04
19.5.04
Mãe Menininha
Dorival Caymmi
G Am
Ai minha mãe / Minha mãe menininha
D7 G
Ai minha mãe / Menininha do Gantois
Am
A estrela mais linda, hein? Tá no Gantois
D7 G
E o sol mais brilhante, hein? Tá no Gantois
Am
A beleza do mundo, hein? Tá no Gantois
D7 G
E a mão da doçura, hein? Tá no Gantois
Am
O consolo da gente, hein? Tá no Gantois
D7 G
E a Oxum mais bonita, hein? Tá no Gantois
Am D7
Olorum quem mandou / Essa filha de Oxum
Am D7
Tomar conta da gente / E de tudo que há
Am D7 G
Olorum quem mandou ô ô ô / Ora iê iê ô...
Am D7 G
Ora iê iê ô ... / Ora iê iê ô ...
Dorival Caymmi
G Am
Ai minha mãe / Minha mãe menininha
D7 G
Ai minha mãe / Menininha do Gantois
Am
A estrela mais linda, hein? Tá no Gantois
D7 G
E o sol mais brilhante, hein? Tá no Gantois
Am
A beleza do mundo, hein? Tá no Gantois
D7 G
E a mão da doçura, hein? Tá no Gantois
Am
O consolo da gente, hein? Tá no Gantois
D7 G
E a Oxum mais bonita, hein? Tá no Gantois
Am D7
Olorum quem mandou / Essa filha de Oxum
Am D7
Tomar conta da gente / E de tudo que há
Am D7 G
Olorum quem mandou ô ô ô / Ora iê iê ô...
Am D7 G
Ora iê iê ô ... / Ora iê iê ô ...
acordo atrasada, claro. frio e insônia costumam ajudar nisso. saio correndo, o ônibus demora horas. chego no prédio da análise. oitavo, por favor. saio do elevador, olho pra frente e vejo que estou no nono andar... até o ascensorista tava de pinimba comigo, vê se pode... sessão curta de análise, afinal, eu estava bem atrasada. e ele não vai atender sexta... terei uma longa semana...
18.5.04
fui com minha mãe ao médico. as duas precisavam ir, marquei pra mesma hora. e me diverti. aquela médica sisuda, que nunca tinha me falado nada além do essencial, de repente desandou a contar pra minha mãe toda a estória da vida dela. sempre soube que minha mãe faz as pessoas falarem assim, do nada. mas sempre é engraçado ver isso acontecendo...
aula de didática. conversas muito sérias sobre método, escola, avaliação. descubroque sou a única que concorda com a professora. que acredita em escola livre, sem horários, aulas formais ou avaliações. ando pensando em continuar a estudar didática. em virar professora de verdade. tem um projeto de escola assim em sp. que utiliza um padrão iniciado em portugal, inspirado em summerhill. e percebi que eu já li muito mais sobre isso do que eu pensava...
menina elis me pediu um pedaço de texto. eu fiz... não gostei muito, mas... primeira vez que eu saí do umbigo, devia ser comemorada...
ontem eu queria ter ido no mombojó. tinha até companhia, algo raro prum show numa segunda... eu tava exausta. e cheia de trabalho pra fazer. e ia mesmo assim, sei lá. mas minha vó passou mal de tarde. e eu saí da aula e fui vê-la. porque, noves fora, eu sou família demais... queria só saber como foi o show. que minha vó já tá melhor, queria mesmo era atenção...
17.5.04
quando eu era pequena, queria ser igual a olivia byington. achava ela linda, com aqueles cabelos vermelhos... fiz minha mãe me levar pra ver ela cantando no meridien algumas vezes. adorava ela cantando as bachianas... cresci e nunca aprendi a cantar... vai entender..
chuva. muita chuva. e eu, que queria sair de casa, acabei entrando de vez no ovo. ontem ainda me convenci a ir num show com carlos malta, no tal do songbook cafe. legal o lugar. pequeno, mas legal. só achei as bebidas meio muito caras. eram quase o dobro das batidas da academia da cachaça, ao lado...
14.5.04
ando me sentindo triste. não tenho nenhuma razão pra isso, mas tenho me sentido angustiada. tudo está indo bem na vida, mas a vontade que eu tenho é de me trancar no quarto. de sair daqui. de repente uma passagem só de ida, pra algum lugar sem telefone. sumir do mundo parece atraente. muito. largar tudo. não quero falar mais nada pro analista. não quero falar mais nada. e falo. falo até demais. mas nada que tenha alguma razão de ser. é como se eu abrisse uma porta e começasse, sem saber como ou quando parar. e na verdade nada disso importa. nada importa...
13.5.04
Kizomba, Festa da Raça
Jonas, Rodolfho e Luiz Carlos da Vila
Valeu, Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e Maracatu
Vem, minininha, pra dançar o Caxambu - (bis)
Ôô, ôô, nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ôô, ôô, Clementina
O pagode é o partido popular.
O sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa contribuição - (bis)
Que magia
Reza, ajeum e orixás
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E o bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura de seus rituais
Ver a lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o apartheid se destina
Valeu!
Jonas, Rodolfho e Luiz Carlos da Vila
Valeu, Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e Maracatu
Vem, minininha, pra dançar o Caxambu - (bis)
Ôô, ôô, nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ôô, ôô, Clementina
O pagode é o partido popular.
O sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa contribuição - (bis)
Que magia
Reza, ajeum e orixás
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E o bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura de seus rituais
Ver a lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede é nossa sede
De que o apartheid se destina
Valeu!
hoje fui meio ludibriada. passei numa konpenhagen pra tomar um café, e o moço me convenceu a beber um mexicano. doce que nem mel. é uma mistura de creme de leite com chocolate raspado com canela. eu pedi gelado. tô com açúcar saindo pelas orelhas. não que fosse ruim. mas pra alguém que não é muito fã de açúcar como eu, definitivamente um exagero. devia ter ficado com o café.
conclusão brilhante: o único mexicano que me interessa é o gael garcia bernal mesmo...
conclusão brilhante: o único mexicano que me interessa é o gael garcia bernal mesmo...
muito por fazer, e no entanto, não tenho vontade de fazer coisa alguma. preciso me soltar. me soltar dos sonhos. eu saio e nunca volto no sonho. eu preciso voltar? nunca fui de ter sonhos recorrentes, então essa coisa de sair e não voltar tá começando a me encher a paciência. eu quero voltar pra que? melhor sair de uma vez, de repente...
12.5.04
ia esquecendo... desde segunda preciso escrever isso por aqui. princesa sempre defendeu big no sex and the city. eu nunca concordei. até que vi a reprise da primeira temporada na segunda. big realmente é muito melhor do que o aidan. e carrie faz um papel de neurótica feio na relação com ele. enfim, tudo isso só pra dar o braço a torcer...
a aula foi com o marido da professora que regularmente dá aula. achei isso só meio esquisito, mas... de repente não era algo da relação dos dois e ele era bom mesmo. ledo engano. primeiro, se eu ouvir o nome lúcio costa mais uma vez, acho que berro. depois, nunca conheci pessoa tão pretensiosa na minha vida. o cara falava cada coisa com uma autoridade. fiquei passada. meu humor tava péssimo por causa de um engarrafamento alucinado, e a aula não melhorou. não saí de lá com nenhuma informação nova, a não ser uma forte descrença nos arquitetos do meu país (que me perdoem meus amigos arquitetos), pelo simples fato de que, se acham normal, numa matéria de 4 meses um mês inteiro, portanto um quarto do assunto discutido, ser lúcio costa, eles estão admitindo a falta de pensamento em arquitetura posterior a isso no brasil. e isso é muito triste. o. (o professor) chegou ao cúmulo de ler um poema do drummond, sem declamar (podem me chamar de careta, mas poemas não são texto corrido. a declamação faz parte). drummond deve ter rolado no túmulo. e declarar, bombasticamente que a arquitetura resolveu o que as outras artes não conseguiram: o problema da modernidade. e pronto. e eu que sempre achei que a graça da modernidade era ser insolúvel...
aula insuportável. que me levou a topar um chopp. que era pra ser só um e foi se alongando. e saíram e chegaram pessoas. e o papo estava ótimo. e eu experimentei chandelle sabor alpino. e eu dei uma de chata, e quis dormir em casa de qualquer jeito. e fui. e só de praga eu acordei atrasada, e cheguei atrasada na análise. e tive um sonho estranhíssimo. na verdade dois. e nos dois eu saía de um lugar e não voltava, trocando em miúdos...
11.5.04
grande site. tô me divertindo faz bem uma meia hora (trabalho que é bom...) é bom saber como grana e política se misturam em outros pedaços do mundo (aqui escondem mesmo, imagina a vergonha se a gente soubesse...)
porque eu sou uma besta, e matei aula semana passada, hoje tem puxando conversa. e quinta tem show na central do brasil. mas sejamos honestos. quinta vamos conversar sobre ligya clark. eu não trocava por nada mesmo. hoje eu não fazia questão, confesso, de falar mais uma vez sobre lúcio costa. aliás, eu já comentei que tô ficando alérgica ao nome dele...
10.5.04
sexta, aborrecida que estava com a vida, fui ver diários de motocicleta. o aborrecimento passou. percebi que eu reclamo sem nenhuma razão de ser. realmente meus problemas são muito pequenos. serviu prum finde feliz. tomar porre sem me preocupar, não pensar na minha falta de grana, sei lá. fiquei emocionada, tocada com o filme. ainda não me acho latino-americana, me considero muito diferente daquela cultura mostrada na tela. eu já viajei por ali, pelo peru, pela bolívia. é um lugar triste. silencioso, mudo. as pessoas não olham umas pras outras. eu já fui a pedaços do brasil fora do rio. existe barulho. existe falação. até demais vez em quando. nem na terra da minha vó o povo e tão calado quanto nos andes...
agora, noves fora, eu quero mesmo é uma moto e uma companhia. alguém se habilita? poruqe eu preciso fazer aquela viagem...
agora, noves fora, eu quero mesmo é uma moto e uma companhia. alguém se habilita? poruqe eu preciso fazer aquela viagem...
7.5.04
Gente
Caetano Veloso
Gente olha pro cé gente, quer saber o um
Gente é o lugar de se perguntar o um
Das estrelas se perguntarem se tantas são
Cada estrela se espanta à própria explosão
Gente é muito bom gente deve ser bom
Tem de se cuidar de se respeitar o bom
Está certo dizer que estrelas estão no olhar
De alguém que o amor te elegeu pra amar
Marina, Bethania, Dolores, Renata, Leilinha, Suzana, Dedé
Gente viva brilhando, estrelas na noite
Gente quer comer, gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca essa força, não
Essa força que mora em seu coração
Gente lavando roupa amassando pão
Gente pobre arrancando a vida com a mão
No coração da mata gente quer prosseguir
Quer durar, quer crescer, gente quer luzir
Rodrigo, Roberto, Caetano, Moreno, Francisco, Gilberto, João
Gente é pra brilhar não pra morrer de fome
Gente desse planeta do céu de anil
Gente, não entendo, gente, nada nos viu
Gente espelho de estrelas, reflexo do esplendor
Se as estrelas são tantas só mesmo amor
Maurício, Lucila, Gildásio, Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé,
Gente espelho da vida, doce mistério
Vida, doce mistério
Caetano Veloso
Gente olha pro cé gente, quer saber o um
Gente é o lugar de se perguntar o um
Das estrelas se perguntarem se tantas são
Cada estrela se espanta à própria explosão
Gente é muito bom gente deve ser bom
Tem de se cuidar de se respeitar o bom
Está certo dizer que estrelas estão no olhar
De alguém que o amor te elegeu pra amar
Marina, Bethania, Dolores, Renata, Leilinha, Suzana, Dedé
Gente viva brilhando, estrelas na noite
Gente quer comer, gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca essa força, não
Essa força que mora em seu coração
Gente lavando roupa amassando pão
Gente pobre arrancando a vida com a mão
No coração da mata gente quer prosseguir
Quer durar, quer crescer, gente quer luzir
Rodrigo, Roberto, Caetano, Moreno, Francisco, Gilberto, João
Gente é pra brilhar não pra morrer de fome
Gente desse planeta do céu de anil
Gente, não entendo, gente, nada nos viu
Gente espelho de estrelas, reflexo do esplendor
Se as estrelas são tantas só mesmo amor
Maurício, Lucila, Gildásio, Ivonete, Agripino, Gracinha, Zezé,
Gente espelho da vida, doce mistério
Vida, doce mistério
não consegui ir na aula ontem. e nem vi minha vó e nem fui ao show. fiquei me desentendendo com a natura pela web. eu não sei poruqe eu inventei de ser consultora dessa budega. tudo é meio complicado. e simplesmente perderam um pagamento que eu fiz. eu mandei o recibo do pagamento, mas eles não acreditam em mim, portanto não posso fazer pedidos. saquinho...
6.5.04
hoje o dia começou bem. fui ao dentista e não teve. no ponto pra voltar, tomei um banho de poça. de uma poça de um palmo, o motoristas deve ter mirado. engarrafamento numa hora que já não costuma ter pra vir pro trabalho. chegando aqui, minha vó não tava se sentindo bem. eita. ou o dia termina muito bem, ou realmente era melhor nem ter saído da cama. que tá quase comédia pastelão. a parte divertida foi ganhar um balão vermelho da tim. tá aqui comigo, andei com ele de ônibus pela cidade, que achei muito fofo pra jogar fora...
essa semana ainda não fui na faculdade. não teve aula nem segunda nem ontem. e terça eu fui ver minha vó, que não anda bem. minha vó não se sentiu bem hoje de novo. e tem show de antonio nóbrega... tô vendo que é capaz de eu não assistir nem um dia de aula na semana... mas acho que vou fazer um esforço. é sobre goeldi a aula. e eu adoro goeldi.
5.5.04
eu tô cheia de espinhas nas costas. vontade de arrancar o couro. odeio ter espinhas. odeio. já tive acne no rosto. tinha vergonha de sair de casa. agora é muito parecido. pra quem me disser que ninguém precisa mostrar as costas, mostro meu guarda roupa. é difícil não mostrar. e é feio, muito feio. me deixa triste. parece bobagem, mas...
quando de repente aparece uma certa tranquilidade, fica difícil entender daonde veio toda a angústia. a minha vem sempre do mesmo ponto. mas nunca descobri como esse gatilho é ativado. me sinto deslocada, fora de lugar, sozinha. uma carência maior que o mundo. parece que nem um ser humano pode entrar em contato comigo. pelo menos a recíproca é verdadeira. eu me escondo. eu fujo. eu tento fazer com que ninguém me siga. graças a deus, pra essa sensação diminuir, tenho amigos e família que gostam de mim, e não me deixam entrar fundo na viagem. o estranho é que ela está sempre ali. sempre latente. mas só se manifesta algumas vezes. pode ser só tpm, sei lá. pior que eu nem devia ter essas coisas mais...
4.5.04
isso aqui não pode ser sério. a heloísa helena pra presidente? eu ainda vi um deles fazendo slogans... sei que é importante ter uma voz dissonante. mas ela exagera. ela fica chata. se faz de vítima cruel do destino, que, imaginem só, deu dinheiro de forma desigual pras pessoas. deus não foi justo. nem com ela nem com um bando de gente, vamos ser sinceros. mas essa coisa de defensora dos fracos e oprimidos é definitivamente exagerada... tem mais. ela está a disposição do partido, desde que o partido concorde cm ela. isso é fogo pra mim. quer participar de um partido, é pra ser grupo. sendo grupo, as discussões são, na maior parte das vezes, internas. existindo posição de grupo, pode-se discordar, mas não bater pé como uma adolescente. em grupo, já defendi muitas idéias com as quais não concordava. nas coisas mais banais de faculdade, é claro. mas o espírito é esse.
3.5.04
O que será (À flor da pele)
Chico Buarque/1976
Para o filme Dona Flor e seus dois maridos de Bruno Barreto
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
Chico Buarque/1976
Para o filme Dona Flor e seus dois maridos de Bruno Barreto
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
eu preciso escrever pra por pra fora a angústia. ela tem me consumido, e eu não sei daonde ela vem. choro de noite, sozinha. me tranco no quarto e tento por a cabeça em ordem. e quanto mais eu tento, menos eu consigo. parece que as coisas giram e nada faz sentido. sábado eu tentei sair, tentei me distrair. e funcionou, por um bom tempo, tive uma tarde das mais agradáveis. mas foi só eu me sentir um pouco mais sozinha que as angústias voltaram. e quase usei o telefone no meio da madrugada. falei o que não devia ontem, pra quem não precisava ouvir tudo aquilo. porque nada é bem assim. porque a angústia toma conta e a cobrança é muito maior do que devia. comigo e com os outros. eu devia ter ficado calada, isolada no meu canto. preciso achar uma caixa e vedar ela bem, e me trancar dentro. dentro de alguns dias deve passar isso...
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