17.2.17

desejo

quando eu era mais nova. diziam que eu conseguia o que queria. que eu tinha força. que eu ia atrás. que... enfim. eu me sentia culpada. eu me sentia buscando o que não era meu. eu me sentia forçando a barra. e ficava essa voz na minha cabeça. você buscou o que não era seu. você atropelou as pessoas. você não respeitou as pessoas. ficava ali ruminando. e eu parei. não corri atrás. fui tentando me esgueirar.

daí a tal da idade chega e você lembra. eu não sei me esgueirar. eu sou atrapalhada, atolada, grandalhona (ok, nem tanto, mas definitivamente espaçosa), eu sou extravagante e talvez um tico assertiva demais. se eu tentar me esgueirar. eu fico sem nada.

então eu lembrei disso daí: eu consigo o que eu quero. e voltei a exigir. pedir. correr atrás. claro que eu me importo com as pessoas. mas eu tenho o direito ao meu desejo. é só tentar um meio termo daí. só não dá pra tentar ser o que não sei ser.

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