6.12.16

desgarrada

talvez me defina. porque não é que eu não tenha grupos. é que ativamente eu não participo deles. eu saio pela tangente. em alguns eu fico triste de ter sido colocada na berlinda. normalmente eu fico. mas eu reconheço. que quem faz o primeiro movimento de ir ali ver outra coisa. sou eu. lembro quando eu brigava com ex marido. "como assim eu saí e você ficou o dia inteiro sozinha em casa? e aqueles seus mil amigos?" e eu respondia "seguem estando ali. sigo amando eles. não gosto de ver gente quando eu não estou bem" isso segue sendo verdade. sigo sendo alguém que só pode ver gente se eu começo o movimento. que preciso me esforçar para aceitar um convite e ver gente. mas eu gosto de grupos.

eu ainda falo com o grupo da escola. o da faculdade. o da pós. o do mestrado. eu tenho amigos da internet discada. da internet de hoje. eu faço grupos. eu viro o centro. outro dia uma professora me chamou de "agregadora". eu chamo e coloco debaixo da asa. e tomo cuidado pra não virar uma protetora dos frascos e comprimidos com os meus. mas tem um egoísmo meu insano de precisar ser tudo no meu tempo. e eu preciso estar bem. quando eu estou mal o número de vezes que a palavra eu é falada por mim é desnecessário. o tanto que eu exijo do outro é impossível. o que eu quero nem eu sei. eu preciso estar pronta para doar. porque eu não sei receber.

o texto se alonga. eu sigo desgarrada. amando cada um dos grupos. e me reconhecendo como parte deles. eu estou ali. eu participo ali. eu sei. mas eu sou desgarrada. eu sou a borboleta que aparece vez em quando. que bordeja. que some. e que volta. eu volto. e daí eu posso até ouvir que eu sou desgarrada e escapo deles. mas eu sei que é amor.

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