2.11.16

cabelo

eu sou dessas caricaturas. algo não foi bem. corto cabelo. pinto cabelo. mudo cabelo. algo foi bem. corto cabelo. pinto cabelo. mudo cabelo. meu cabelo funciona, então, como uma espécie de anel do humor. lembram disso, dos anos 90? era um anel que mudava de cor com a temperatura. em formato de smiley (que hoje em dia chama emoticon, acho) ou de yin/yang. eu tinha um de cada. eu sou uma árvore de natal de tanto enfeite.

bom. isso foi a introdução. acontece que no dia da eleição eu tinha prometido raspar se freixo ganhasse. não ganhou, mas eu resolvi raspar. pra gastar o mau humor. e deixar ele lá, enterrado, junto com a tristeza e a desesperança. a vida precisa ser leve ou não acontece. eu faço umas coisas sem metas. porque eu desisti do mba faz é tempo. a vida não é mba. não tem plano de negócios. enfim. tergiverso. eu passei máquina 4 mesmo com s. judas não tendo entregue a causa impossível. não precisava. posso dar a ele a careca. e ele me dá o que puder depois. vai que me dá vida amorosa?

daí pra não sujar a casa, pus um pano debaixo da cadeira e passei a máquina. eu falei que eu tenho uma quantidade brutal de cabelo? e que isso é ligado ao fato de eu não ter medo de fazer merda com ele? ele cresce de novo em quantidades brutais. com um fio de cada cor entre o branco, o louro e o castanho. então, né? pra que ter medo. e passei a máquina e montes de cabelo ficaram no pano. e no vestido e na cadeira. e o que eu fiz? enrolei o pano e o vestido e deixei na varanda. passei aspirador em mim e na sala.

no dia seguinte. eu não avisei a diarista, que veio aqui em casa, de como eu tinha raspado a cabeça. o que ela fez? colocou o pano para lavar na máquina, sem desdobrar. me pareceu um raciocínio até simples, na real. o erro estúpido foi meu, claro, de não informar a uma pessoa. paga para limpar as coisas. que aquela coisa tinha uma sujeira específica. pessoas não são adivinhas.

daí estou eu até hoje. com cabelo saindo da máquina de lavar roupa. tirei e limpei o filtro. minha mãe quis colocar o filtro sozinha na máquina enquanto eu tomava banho. saí do banho e tinha água até na sala (a casa é toda de um piso só, sem batente). e toma secar cozinha. secar área. tirar cabelo. o lençol lavado depois. tem cabelo. as roupas. tem cabelo. cara. nunca desejei tanto ser realmente careca.

5 comentários:

Renata Lins disse...

gostei bem do "brutal" usado nesse sentido.

tunics disse...

menina. não para de brotar cabelo. não sei mais o que fazer. e tava curto. (eu gosto de brutal como quantidade. dá uma ideia, não?)

BethS disse...

desculpa, sei que a situação é séria, mas dei muita risada...
e cabelo cortadinho é dificil mesmo se sair. já vivi coisa parecida e eu usava lentes de contato, foi uma tragedia.
e a cabeça raspada, ficou legal?
você é corajosa, viu?
beijo, prazer...

tunics disse...

eu gosto da minha cabeça raspada. nem é a primeira vez. só imagino se eu usasse lente, gente. (e eu escrevi pra rir, né? pra chorar falo na análise)

Cláudio Luiz disse...

tenho relação similar com o cabelo - que já foi muito. não é que agora seja pouco, só não é tão brutal como antes.
agora ela já estará escaldada, mas é bom conferir, né? eu perdi um pendrive que estava no bolsa da calça, que coloquei na máquina sem conferir.