5.2.15

nunca tive problemas em pegar ônibus de noite. pensei. e fui. as meninas ainda perguntaram se eu não queria carona. no táxi? não, deixa. o ônibus me deixa em casa. 3h30 da manhã. mas ok. ônibus vazio. eu nunca achei ruim. sento do lado do trocador. vou conversando (tenho mania de fazer amizades, sabe?). maquiagem meio borrada, já. fim de noite, né? era uma rotina legal. que só era possível porque efetivamente eu morava na frente do ponto de ônibus. não sei se eu andaria uma quadra sozinha às 4h. mentira. eu andaria. eu pegava ônibus pra voltar de s. cristóvão. não, eu nunca contei pra minha mãe. se você contar eu digo que é mentira. pra minha mãe eu ainda sou a menina careta e cdf que nunca tirou uma nota abaixo de 8. não adianta eu ter sumido dias. e chegado em casa bêbada com uma dúzia de amigos bêbados e dormirmos todos na sala. então, enfim, de repente pode contar que eu voltava de ônibus sozinha esse tempo todo. ela não vai acreditar. hj em dia eu pego táxi por preguiça. cansei de andar de madrugada. mas ó: outro dia, saindo de botafogo, o táxi não passava. rolou entrar no ônibus. eu tava com uma amiga. ela tava meio aflita andando os quarteirões que separam minha casa atual do ponto. eu não. só fui assaltada uma vez na vida. plena ipanema. de dia. inferno. eu sempre andei na rua sozinha. indico, aliás. é bom esse momento em que ninguém quer falar com você. de madrugada as pessoas estão muito cansadas pra puxar assunto. e a rua tá escura. é interessante. eu gosto das ruas de madrugada.

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