25.4.06

hoje, passados quase 3 meses, percebi como sou mal educada. nunca respondi os scraps de aniversário que me mandaram. mas realmente não saberia como fazê-lo. um a um? mandar um mail geral do orkut? e quem não me mandou parabéns, fica constrangido? enfim, isso é pra agradecer quem falou comigo virualmente, mesmo que muito, mas muito atrasada...
feriado no meio do mato. quebrei umas resistências. chorei pra burro. mas voltei mais leve, depois de uma sessão muito, mas muito produtiva na análise. leve. voando, quase. precisando continuar com as decisões tomadas. precisando fazer tanto e fazendo tão pouco. mas tudo em seu tempo. que tudo ficará bem. muito bem. porque eu acredito, sei lá...
feliz 25 de abril. esperança, cravos vermelhos e engajamento não fazem mal a ninguém. os portugueses estão aí para nos mostrar isso.

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade.

20.4.06

só porque me irritou: o que diabos um homem que tem horror a pornografia foi fazer numa mostra de arte erótica? ver se tinha algo que ele pudesse fazer pra terminar com ela, é isso? tem mais, o tal quadro não tem nada demais. quer dizer, é feito com crucifixos, mas so what? censura me deixa perder a cabeça. e não entendo. é o mesmo tipo de gente que entra em comunidades no orkut ou em blogs somente para criticar os donos/paarticipantes. isso é, gente sem mais nada pra fazer além de vigiar os outros. e condená-los por não fazerem exatamente o que eles acham ser o correto. vi uma menina assim no ônibus. me deu um dó. uma raivinha. ela falava, pra todos ouvirmos, como "toma conta" dos coleguinhas no recreio. pra ninguém fazer nada errado... é tão bom fazer coisas erradas (e, no caso dos coleguinhas e do quadro, tão pouco agressivo aos outros)...
dormir. quero dormir. durmo mal tem uns dias. não é humano isso. fico assim, fazendo tudo pela metade. odeio fazer assim tudo pela metade. odeio arranjar erro onde não tem...
eu um dia consigo parar com esses vícios de linguagem. tô usando eles demais, até quando escrevo...

18.4.06

ando panfletária. tranquilamente panfletária, no entanto. ja não brigo mais por política, como tantos me viram fazer. não tenho mais fôlego. tenho minhas opiniões, ponho elas aqui. falo pra quem quiser ouvir. se discordarem, calo a boca. e só. ando calando muito a boca. pra muita coisa. acho que é a tal da idade, maturidade, sei lá. ando calando a boca pra muita coisa. mas isso é mentira. isso é o que eu queria. e eu continuo sendo a mesma. calo a boca só pros desavisados, pros que eu não acho que merecem gasto da minha saliva. porque pros outros eu ainda tento falar, argumentar, mostrar o outro lado da mesma moeda. e vou avisando que acho que voto no lula. mas tudo meio sem dogmas por enquanto. agora, falando sério, pra mim não existe outra opção. não anulo voto, questão de ideologia. tenho direito a minha. e não voto em psdbfl questão de respeito à minha história. então sigo votando em quem eu acho que apesar de muitos erros faz um governo com o qual eu concordo. não 100% mas 80 tá valendo. assumir as coisas faz bem vez em quando.
momento música. inspirado pela viagem. ispirado pelo dia. o inverno aqui em laranjeiras também é quase glacial. me cobrem consertar os acentos.

Cariocas (1994)
Adriana Calcanhotto

Cariocas são bonitos
Cariocas são bacanas
Cariocas são sacanas
Cariocas são dourados
Cariocas são modernos
Cariocas são espertos
Cariocas são diretos
Cariocas não gostam de dias nublados
Cariocas nascem bambas
Cariocas nascem craques
Cariocas têm sotaque
Cariocas são alegres
Cariocas são atentos
Cariocas são tão sexys
Cariocas são tão claros
Cariocas não gostam de sinal fechado...
Sampa
Caetano Veloso

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa
Vaca profana
Caetano Veloso

Respeito muito minhas lágrimas
Mas ainda mais minha risada
Inscrevo assim minhas palavras
Na voz de uma mulher sagrada
Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
Ê
Êê dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas

Segue a movida Madrileña
Também te mata Barcelona
Napoli, Pino, Pi, Pau, punks
Picassos movem-se por Londres
Bahia onipresentemente
Rio e belíssimo horizonte
Ê
Êê vaca de divinas tetas
La leche buena toda en mi garganta
La mala leche para los puretas

Quero que pinte um amor Bethânia
Steve Wonder, andaluz
Como o que tive em Tel Aviv
Perto do mar, longe da cruz
Mas em composição cubista
Meu mundo Thelonius Monk’s blues
Ê
Êê vaca de divinas tetas
Teu bom só para o oco, minha falta
E o resto inunde as almas dos caretas

Sou tímido e espalhafatoso
Torre traçada por Gaudi
São Paulo é como o mundo todo
No mundo um grande amor perdi
Caretas de Paris, New York
Sem mágoas estamos aí
Ê
Êê dona das divinas tetas
Quero teu leite todo em minha alma
Nada de leite mau para os caretas

Mas eu também sei ser careta
De perto ninguém é normal
Às vezes segue em linha reta
A vida, que é meu bem, meu mal
No mais as ramblas do planeta
Orchata de chufa si us plau
Ê
Êê deusa de assombrosas tetas
Gota de leite bom na minha cara
Chuva do mesmo bom sobre os caretas
ando me prometendo nao falar de politica. mas nao guento vez em quando (e os acentos ficam pifando, isso e um saco. de repente somem). nao quento pessoas querendo que o governo tenha algo a ver com a varig. faliu por incompetencia. grandes melecas. a pan am faliu e o governo americano nao fez nada. porque incompetente nao merece ter empresa (veja bem, merece ter trabalho, carteira assinada, de preferencia, pra nao ficar sem previdencia, que incompetente tambem nao poupa pra velhice, que nem eu). inda mais de aviaçao. ou voces gostam de cair de aviao. que se nao tem competencia para gerir contas, vao ter para voar? credito nisso nao. tem mais coisas me aborrecendo. mas isso tem me dado nos nervos. porque as pessoas falam como se ajudar a varig fosse salvar o brasil. e eu nem sei de que.

na imprensa me irrita tambem o pouco caso com o fim dos titulos de divida podre do brasil. eles eram simbolo de uma dependencia economica infinda. que terminou. e dai? sem fogos de artificio? quer dizer que nao ajudar a varig e materia para um escandalo de pouco caso com a economia, mas conseguir resolver um problema real nao e nada. argh! ando irritada com a imprensa. muito irritada. e nao pretendo ser voluntaria nos jogos panamericanos.

17.4.06

tava tudo otimo. perfeito, ate. dai acordo com alergia. muita alergia. e preguiça, e vontade de berrar. pode isso tudo? cansei, acho que e isso. cansei. nao sei o que eu quero, mas quero mais. sempre vou querer mais. e isso me aborrece. esse eterno insatisfeito dentro da minha cabeça. fui ver uma peça. canto de gregorio. recomendo. gregorio ainda fala dentro da minha cabeça. acho que sempre falou. realmente doi muito um paradoxo.
fiz as contas erradas. vou passear e enquanto isso meu irmaozinho se muda. saco. viajo no finde errado. porque domingo eu nao estarei aqui e segunda, ele nao estara aqui... e pra piorar, tenho de reclamar disso sem acento.